Velório de jovem atingido por tiro acontece até a manhã desta sexta em Taboão

O corpo do jovem morto por um tiro acidental durante uma “brincadeira” com seu amigo de infância, também adolescente na tarde de ontem (aqui e aqui) começou a ser velado por volta das 17h30 desta quinta-feira, dia 29 no Cemitério da Saudade. A família pretendia fazer o sepultamento dele no mesmo dia, porém vai acontecer na manhã desta sexta. O velório foi marcado por muita emoção, tristeza e pedido de justiça, especialmente em relação ao homem que teria emprestado a arma, uma garrucha para o menor acusado. 

“Não vai ficar impune não. Pelo menos eu espero isso, apesar de saber que a lei não é 100% confiável. Acredito que vão pegar o dono da arma, que foi o mais culpado, porque o amigo era menor também. Também acho que a família dele vai responder processo porque mudaram o local do crime”, afirmou o irmão dele Willian Rodrigues. 

Familiares, amigos e conhecidos dele lamentaram a morte e relataram com muita emoção e saudade algumas das principais qualidades do jovem morto: a alegria de viver a vida e a facilidade de fazer novos amigos.

“Ele era muito alegre, extrovertido, humilde, tinha muitos amigos e gostava muito de brincar com todos. Nunca brigava com ninguém, nem ao menos com jovem acusado de matá-lo. Pra mim foi um acidente”, disse o jovem de 15 anos, amigo dele Guilherme de Souza Filho. Ele comentou ainda que está muito triste com a morte do amigo e com saudade. “Saber que não vou mais poder vê-lo dói bastante”, desabafou.

O irmão dele, Willian além de ressaltar as características do menino lembrou que ele gostava de jogar bola, soltar pipa e ouvir funk. “Todo hora ele soltava pipa”, disse. O jovem, de acordo com ele estudava na escola estadual Isabel Luci de Oliveira, no município de Embu das Artes. “Está muito difícil. Ninguém dormiu até agora”, contou emocionado. 

Um dos momentos mais emocionantes antes do início do velório foi à chegada da mãe do jovem. Ela estava inconformada com a morte, mais ainda da maneira como ocorreu. “Não é possível que tenha sido uma brincadeira e atirou justo na cabeça e ainda esconderam como foi, dizendo que ele caiu da escada. Sem contar que limparam todo o local, tiraram o colchão do lugar, depois de levá-lo para cama, lavaram a casa. Queremos justiça”, disse muito emocionada a familiares. 

A mãe do acusado chegou a ligar para a mãe da vítima pedindo autorização para acompanhar o enterro, porém a resposta foi negativa. O motivo, segundo seu irmão foi porque ela teria escondido o que realmente teria acontecido, avisando minutos depois que ele teria sofrido uma queda de um escadão e um princípio de convulsão.

O jovem que atirou acidentalmente na cabeça do amigo, confessou o crime e ainda levou a polícia civil até um matagal a fim de mostrar o local em que a arma estava escondida. O matagal fica próximo de sua residência onde ocorreu a morte. 

Um inquérito policial já foi instaurado pelo Delegado titular Gilson Leite Campinas para investigar a origem da arma, que não consta numeração e nem ao menos registro, talvez por ser bem antiga e ainda, para descobrir quem de fato é esse homem que possivelmente tenha entregado a arma para o jovem acusado. 

O delegado também designou uma equipe de investigadores para que informações sejam colhidas de familiares, amigos e vizinhos do acusado. Eles também buscam por imagens do local que indiquem o momento em que a arma foi entregue ao jovem.

O menor B.E.S de 15 anos responde apreendido por ato infracional de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ele deve ser transferido a qualquer momento para a Fundação Casa.

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