Corpo de jovem morto por disparo acidental deve ser enterrado nesta tarde em Taboão
O corpo do adolescente de 14 anos, morto por um tiro acidental durante uma brincadeira entre ele e um amigo de infância, um ano mais velho, na tarde da última quarta-feira (28), no bairro São Judas em Taboão continua no Instituto Médico Legal (IML) esperando por liberação. O velório e o sepultamento do jovem devem acontecer nesta tarde, no Cemitério da Saudade, segundo a família dele. A tragédia que tirou a vida do jovem chocou parentes, familiares e vizinhos e foi divulgada com exclusividade pelo Jornal na Net – relembre aqui.
O amigo dele acabou confessando a autoria do disparo em depoimento à polícia durante elaboração da ocorrência na noite passada. Partiu dele também a iniciativa de levar a polícia civil da delegacia Seccional a um matagal bem próximo da residência onde mora, rua Kaoro Maruyama, bairro São Judas, a fim de mostrar onde teria escondido o armamento após o disparo. “O disparo ocorreu e ele saiu correndo pelo matagal, onde escondeu a arma”, disse o chefe dos investigadores, Luis Peniche.
A primeira versão contada pela polícia que indicava que a arma, uma garrucha teria sido encontrada ao lado de uma lixeira foi desmentida pelo jovem acusado. De acordo com depoimento dado à polícia, um homem teria passado pela viela, próximo à casa do acusado e lhe entregado a arma. Momento em que chamou a vítima para ir a sua residência, onde começaram a “brincar” com a arma e o tiro acidental atingiu a cabeça do jovem morto. Ele chegou a ser socorrido e levado a sala de cirurgia, porém faleceu minutos depois no Hospital Geral do Pirajuçara.
Um inquérito policial já foi instaurado pelo Delegado titular Gilson Leite Campinas para investigar a origem da arma, que não consta numeração e nem ao menos registro, talvez por ser bem antiga e ainda, para descobrir quem de fato é esse homem que possivelmente tenha entregado a arma para o jovem acusado. O delegado também designou uma equipe de investigadores para que informações sejam colhidas de familiares, amigos e vizinhos do acusado. Eles também buscam por imagens do local que indiquem o momento em que a arma foi entregue ao jovem.
Em entrevista ao Jornal na Net, o irmão da vítima, Willian Rodrigues contou que sua mãe foi avisada minutos depois da tragédia, mas não do disparo e sim de uma possível queda que o jovem teria sofrido em um escadão e, também sobre um princípio de convulsão. “Eles chegaram até a colocar uma colher na boca dele, porque a língua estava dando voltas”, disse. O Samu foi chamado e socorreu o menino, cerca de uma hora depois do crime. Chegando ao hospital geral do Pirajuçara, ele descobriu que o menino tinha sido atingido por um disparo.
“Se não tivesse escondido o motivo que meu irmão estava hospitalizado, talvez poderíamos ter salvado a vida dele. Teríamos socorrido mais rápido, colocado em um carro, por exemplo”, disse abalado Willian.
Ainda segundo ele e a polícia militar o local do crime foi modificado. “Primos, amigos e tias tiraram o lençol da cama e lavaram a casa, após a vítima ser socorrida”, afirmou o soldado Juliano. A perícia foi chamada ao local. O laudo deve ficar pronto dentro de 30 a 90 dias.
O menor B.E.S de 15 anos responde apreendido por ato infracional de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ele deve ser transferido a qualquer momento para a Fundação Casa.