MTST desocupa terreno no Embu após retomar negociações para construir moradias na área ocupada
Depois de quase 36 horas de ocupação simbólica os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) deixaram o terreno invadido na quinta-feira à noite na Avenida Rotary, em Embu das Artes, com a finalidade de pressionar os ambientalistas da cidade.
A desocupação aconteceu após os integrantes do movimento entregar ao prefeito Chico Brito centenas de assinatura pedindo que ele empenhe esforços para o início das construções das moradias que estão projetadas para o local próximo ao cemitério dos Jesuítas.
O terreno é de propriedade da CDHU. O projeto para a área está parado por conta de uma ação judicial impetrada pelos ambientalistas da região. Eles querem garantir que o local seja transformado em um parque de preservação ambiental visando proteger a mata existente na área.
Segundo a líder do MTST Vanessa Souza a ocupação foi um protesto e uma maneira de colocar as partes envolvidas na mesa para reiniciar as negociações. “Nosso objetivo foi atingido no dia 25 conseguimos conversar com a CDHU, a Caixa Econômica Federal e Prefeitura de Embu”, comemorou Vanessa.
Para o prefeito Chico Brito as reivindicações do movimento são legítimas. De acordo com ele, na área é possível conciliar as construções e preservar as nascentes.
“Estamos preocupados com a questão de moradia em nossa cidade, precisamos resolver todos os problemas para o bem de nossa população e não podemos deixar de olhar pelas pessoas que precisam de um canto para morar, mas um canto digno com escolas, postos de saúde, área de lazer e tudo que é necessário para o crescimento de nossas crianças, sou a favor do movimento e infelizmente os ambientalistas recusaram o convite para sentar e discutir, nos cabe agora fazer o possível para liberar a área e iniciar as obras”, declarou o prefeito Chico Brito.
Guilherme Boulos, coordenador do MTST afirmou que o movimento tem um pré-projeto aprovado pela CDHU que tem o apoio da prefeitura de preservação de 1/3 da área de 450 mil metros quadrados, onde seriam construídas 1.200 unidades.
"Essa área não pode continuar como está. É um local de entulho, sem uso, a questão ambiental é importante. A ocupação não vai durar muito tempo, mas abre um canal de negociação", afirmou Boulos.
Texto e fotos: Um Novo Jornal
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