Jovem de 23 anos morre com suspeita de dengue em Taboão da Serra

Por Sandra Pereira | 29/04/2014

Uma jovem de apenas 23 anos, identificada como Bruna Maioli, pode ter sido a primeira vítima fatal de dengue em Taboão da Serra. A jovem morreu na madrugada desta terça-feira, 29, no Hospital Family. Ela estaria com suspeita da doença, mas o diagnóstico ainda não havia sido confirmado pela equipe médica, embora parentes da moça garantam que ela estava com dengue. Taboão tem 56 casos confirmados de dengue e 271 notificações sendo investigadas.Os postos de atendimento do município estão lotados de pacientes com suspeita da doença.

Os bairros do Parque Pinheiros, Laguna, Record, Clementino e a região central da cidade são as áreas mais afetadas pelo avanço dos casos da doença.

Se for confirmada que a jovem estava com dengue ela será a primeira vítima fatal da doença nos últimos anos no município. De qualquer forma o falecimento dela reascende a necessidade de que é preciso unir esforços para combater os focos de proliferação do mosquito transmissor da doença. 

A dengue também avança de forma assustadora nas cidades de Embu das Artes e Itapecerica da Serra. Embu das Artes aparece em segundo lugar em número de casos confirmados de dengue a cidade registrou 34 casos. Já em Itapecerica são 19 casos confirmados da doença.

Nas três cidades o número de casos aumenta em proporções que assustam os moradores e as autoridades de saúde.  

Veja nota oficial da prefeitura de Taboão da Serra sobre a morte da jovem com suspeita de dengue: 

A Prefeitura de Taboão da Serra esclarece que a munícipe Bruna Souza Maioli, de 23 anos, entrou no hospital particular Family às 07h53, do dia 28 de abril. Em seu atendimento, consta exame clínico em que a mesma nega sangramento e refere febre há quatro dias e vômitos e diarreia há um dia. O exame laboratorial mostra plaquetas normais, o que não é indicativo de processo hemorrágico. A paciente foi medicada e liberada pelo hospital, referindo melhora do quadro, às 13h.

No mesmo dia, às 19h18, retornou ao hospital, e neste momento seu exame clínico já demonstrava estar com hipotensão, baixa saturação de oxigênio e queixa de vômitos incontroláveis há cerca de seis horas. Às 22h10 a paciente apresentou parada cardiorrespiratória. 

Os exames laboratoriais não são característicos de dengue. É obrigatório pensarmos em alguns diagnósticos diferenciáveis como meningococcemia, leptospirose, H1N1 e dengue. O exame necrológico não permite chegar a um diagnostico conclusivo e, portanto, o material colhido para este fim foi encaminhado ao Instituto Adolpho Lutz.  

Dados oficiais sobre a dengue no município 

A Prefeitura de Taboão da Serra esclarece que existe uma diferença entre “Casos confirmados” e “Notificações de Casos”. De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica, no município até o dia de hoje foram confirmados 56 casos de dengue, dos quais 45 são autóctones (do próprio município) e 11 importados. A confirmação só é feita após a devolutiva do exame sorológico, cuja análise é feita pelo Instituto Adolfo Lutz. Segundo o Ministério da Saúde para a caracterização de surto são necessários 252 casos confirmados. 

Porém, independente do resultado das sorologias realizadas, o município está tratando cada caso suspeito como se fosse confirmado. 

Dos 56 casos confirmados, 100% das residências já foram “bloqueadas”. Quanto as Notificações de Casos, 60% dos locais já foram vistoriados e bloqueados. 

Quando acompanhamos a evolução dos casos de dengue em nossa cidade verificamos uma diminuição dos casos suspeitos a cada semana. Na semana epidemiológica número 15, nosso coeficiente de incidência era de 9,5 e na semana 16, que encerrou em 22 de abril, este coeficiente caiu para 3,2. 

A Prefeitura de Taboão da Serra está, neste momento, em alerta quanto à situação da dengue em toda a nossa cidade. O aumento do número de casos notificados e confirmados é uma realidade e a Secretaria Municipal de Saúde não tem medido esforços para minimizar a possibilidade da ocorrência de uma epidemia como ocorre em outros locais do Estado de São Paulo e de todo o país, conforme amplamente noticiado nos veículos de mídia nacional. 

A estratégia utilizada para redução dos riscos de transmissão engloba ações de orientação da população quanto a criadouros do mosquito como vasos de plantas, caixas d’água, pneus e outros. Estas atividades são realizadas durante todo o ano através da visita de agentes da Zoonoses. Palestras na comunidade e panfletagem com abordagem do tema também constituem um importante elo de ação preventiva.  

Por último, gostaríamos de salientar que a situação da dengue em nosso município está sob controle dos órgãos responsáveis. Embora haja um aumento, esperado para esta época do ano, a doença permanece restrita aos locais citados e não há necessidade de pânico. A expectativa é que com a chegada do inverno, e consequente diminuição da reprodução do mosquito que é sensível ao frio, haja também a diminuição dos casos de dengue.

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