SindTaboão é acusado de dar “tiro no pé” dos professores de Taboão

A liminar que anulou a votação do Estatuto do Magistério e impediu o aumento salarial imediato para os professores de Taboão da Serra começa a ser considerada um “tiro no pé” da categoria. Vários professores alegam que estão se sentindo lesados pela decisão, uma vez que o Estatuto anulado apresentava vários avanços em relação ao que está em vigor atualmente. A liminar obtida pelo Sindicato dos Funcionários Públicos de Taboão da Serra (SindTaboão) vai ser contestada na Justiça pelo Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais (SIPROEM) sob o argumento de que a anulação do Estatuto prejudica a categoria em vários aspectos, especialmente na questão salarial.

O presidente do SIPROEM disse que está sendo procurado por vários professores da cidade alegando que se sentiram lesados pela decisão do SindTaboão. Ademir Segura explica que os professores que atualmente ganham em torno de R$ 700,00 passariam a receber como salário, já a partir de junho R$ 1.080,00 os demais receberiam R$ 1.365,00.

“O SindTaboão prestou um desserviço aos professores da cidade. O desejo de todo professor é ver as gratificações incorporadas ao salário como determinava o Estatuto que a Câmara aprovou. A liminar impediu um benefício imediato para a nossa categoria”, afirma o presidente do SIPROEM Adenir Segura. “A medida foi um tiro no pé que o Sindicato deu na categoria. Ninguém entende as razões para isso, mas foi o que aconteceu”, completa.

Ele representa professores da rede municipal de várias cidades da região e começou a atuar em Taboão da Serra durante o processo de discussão do Estatuto. Ademir Segura disse que participou de todas as reuniões, da audiência pública realizada na Câmara Municipal e da votação do documento.

“O SindTaboão quis tanto discutir com o prefeito que não discutiu o Estatuto com a categoria. Agora nós estamos fazendo esse papel. Vi o Estatuto que foi aprovado e posso dizer que ele tem o mesmo perfil do que nós conquistamos nas outras cidades onde atuamos. Aqui no Taboão ele seria um ponto de partida para outros avanços. A categoria teria de imediato o benefício salarial e outras conquistas importantes”, afirmou.

 Para o sindicalista o SindTaboão foi intransigente ao priorizar a questão política em detrimento da questão sindical, já que preferiu anular o Estatuto ao invés de permitir que ele fosse implantado para começar em seguida uma luta para ampliar as conquistas. Além disso, avaliou que a categoria saiu fragilizada da sessão na Câmara onde os professores teriam sido incitados a agir com agressividade causando espanto entre os vereadores e o público presente.

 “Agora a categoria não tem nada. Perdemos o ponto de partida e perdemos as conquistas e temos que ficar atentos para não perder mais. O Sindicato não pode impedir e nem travar as negociações. O Estatuto aprovado era a porta aberta para a gente começar o trabalho e garantir mais”, declara Ademir Segura.
 De acordo com ele o projeto foi apresentado aos professores no dia 18 de maio, no dia 22 ele voltou a ser discutido e o SIPROEM  e o SindTaboão fizeram sugestões ao documento.

 “Nem todas as mudanças sugeridas foram aceitas, mas muitas delas foram. No primeiro momento os professores da cidade teriam ganho real, as gratificações seriam incorporadas aos salários, o Estatuto era mais moderno, os demais pontos de conflito íamos negociando em separado. Agora vamos começar do zero quando podíamos estar tratando de pontos específicos”, lamenta Adenir Segura.

 Ele garante que o SIPROEM é a entidade reconhecidamente representativa dos professores da rede municipal e explica que a partir da municipalização do ensino a APEOSP perdeu a representatividade nas cidades. “Temos o Sindicato desde 2005. Nas outras cidades somos reconhecidos pela prefeitura. Aqui no Taboão não temos esse reconhecimento, mas vamos lutar pela categoria já que o Ministério do Trabalho nos deu a Carta Sindical que nos permite fazer isso dentro do que determina a Legislação”, antecipa Adenir Segura.



Serviço:  SIPROEM
Rua: Mário Latorre, 137, Sala 2
Telefone: 4786-1270

 

Veja mais matérias:

Sindicato consegue liminar e derruba Estatuto

Liminar impede professores de ter aumento salarial

Comentários