Acidente que matou avó e neto no jardim Salete, em Taboão, faz um ano

Fez um ano na sexta-feira, 24, que uma carreta desgovernada transportando 36 toneladas de açúcar atropelou e matou avó e neto no jardim Salete em Taboão da Serra. A tragédia comoveu toda a cidade e o país. Até hoje as marcas do acidente podem ser vistas na Avenida Cid Nelson Jordano, onde o gradil que protege o córrego ainda está destruído. Também faz um ano que os familiares das vítimas esperam sem sucesso contato da empresa para a carreta prestava serviço. O motorista que dirigia o veículo chegou a ficar uns dias, mas responde ao processo em liberdade. Leia mais aqui e aqui.

 '' A empresa até hoje não nos procurou e muito menos nos ajudou ou ajuda em nada. O velório e sepultamento quem pagou foi eu e meu pai. Gastamos cerca de R$ 7 mil reais, Não recebemos nenhuma ajuda. Tentamos entrar em contato com a empresa esse tempo todo e nada, estamos com advogados em cima do processo a procura de Justiça. Não deixaremos a morte brutal e absurda de minha mãe e meu filho impunes, eles terão que pagar'', desabafou Luiz Cesar Rodrigues da Silva, filho e pai das vítimas.

No final de tarde do dia 24 de janeiro de 2013 a dona de casa Elza Rodrigues da Silva, 64 anos, e seu neto, Juan Cristiano Santos Ferreira da Silva, 3 anos andava na calçada da rua Alberto José quando a carreta desgovernada atropelou ambos e só parou após cair no córrego na avenida Cid Nelson Jordano, no Jardim Salete.  

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O motorista da carreta, Francisco Edgar Ferreira Paiva, dirigia o caminhão contendo 36 toneladas. Segundo a polícia ele passou pelo bairro para vender irregularmente três sacos do produto. Enquanto o filho do proprietário do estabelecimento descarregava a carga, a carreta desceu pela rua, atropelando Elza e Juan, que se dirigiam a uma igreja. Ambos sofreram morte instantânea.   

O veículo só parou na cerca de proteção da avenida e quase caiu no córrego que passa pelo local, os moradores chegaram a agredir o motorista que também se machucou no acidente. Ele teve a prisão decretada em flagrante, após medicado ficou preso por alguns dias. Pagou fiança e responde o processo em liberdade. Francisco Paiva foi indiciado por receptação e homicídio doloso e submetido a exame de dosagem alcoólica. O exame constatou que  ele não havia ingerido bebida alcoólica. O dono do estabelecimento também foi responsabilizado pela procedência ilícita do produto e receptação. 

A reportagem do Jornal na Net também ouviu representantes da empresa onde a carreta bateu e destruiu um muro enquanto descia a rua desgovernada.  A empresa para qual a carreta prestava serviço não arcou com os reparos. O mesmo ocorreu com o gradil metálico que protege as margens do córrego da Avenida Cid Nelson Jordano, que permanece destruída, e representa risco constante aos motoristas e pedestres que passam pelo local.  

As marcas físicas da tragédia no Salete contribui para manter viva a tragédia que os moradores do local não conseguem esquecer. Todos os moradores ouvidos pela reportagem criticaram a demora nos reparos do gradil do córrego. 

 "Parece que só vão colocar essas proteções novamente quando acontecer outro acidente, quando uma criança cair aqui dentro e morrer", declarou uma moradora.  

A família das duas vítimas tenta refazer a vida após a tragédia. Todos recebem amor, apoio e carinho de vizinhos, familiares e amigos. Eles dizem que agora restam apenas as lembranças de uma mãe carinhosa, uma avó que amava seu neto que também era doce, meigo e amado.  “Os dois eram muito ligados e infelizmente morreram como sempre estavam: juntos”. 

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