Acidente que matou avó e neto no jardim Salete, em Taboão, faz um ano
'' A empresa até hoje não nos procurou e muito menos nos ajudou ou ajuda em nada. O velório e sepultamento quem pagou foi eu e meu pai. Gastamos cerca de R$ 7 mil reais, Não recebemos nenhuma ajuda. Tentamos entrar em contato com a empresa esse tempo todo e nada, estamos com advogados em cima do processo a procura de Justiça. Não deixaremos a morte brutal e absurda de minha mãe e meu filho impunes, eles terão que pagar'', desabafou Luiz Cesar Rodrigues da Silva, filho e pai das vítimas.
No final de tarde do dia 24 de janeiro de 2013 a dona de casa Elza Rodrigues da Silva, 64 anos, e seu neto, Juan Cristiano Santos Ferreira da Silva, 3 anos andava na calçada da rua Alberto José quando a carreta desgovernada atropelou ambos e só parou após cair no córrego na avenida Cid Nelson Jordano, no Jardim Salete.
O motorista da carreta, Francisco Edgar Ferreira Paiva, dirigia o caminhão contendo 36 toneladas. Segundo a polícia ele passou pelo bairro para vender irregularmente três sacos do produto. Enquanto o filho do proprietário do estabelecimento descarregava a carga, a carreta desceu pela rua, atropelando Elza e Juan, que se dirigiam a uma igreja. Ambos sofreram morte instantânea.
O veículo só parou na cerca de proteção da avenida e quase caiu no córrego que passa pelo local, os moradores chegaram a agredir o motorista que também se machucou no acidente. Ele teve a prisão decretada em flagrante, após medicado ficou preso por alguns dias. Pagou fiança e responde o processo em liberdade. Francisco Paiva foi indiciado por receptação e homicídio doloso e submetido a exame de dosagem alcoólica. O exame constatou que ele não havia ingerido bebida alcoólica. O dono do estabelecimento também foi responsabilizado pela procedência ilícita do produto e receptação.
A reportagem do Jornal na Net também ouviu representantes da empresa onde a carreta bateu e destruiu um muro enquanto descia a rua desgovernada. A empresa para qual a carreta prestava serviço não arcou com os reparos. O mesmo ocorreu com o gradil metálico que protege as margens do córrego da Avenida Cid Nelson Jordano, que permanece destruída, e representa risco constante aos motoristas e pedestres que passam pelo local.
As marcas físicas da tragédia no Salete contribui para manter viva a tragédia que os moradores do local não conseguem esquecer. Todos os moradores ouvidos pela reportagem criticaram a demora nos reparos do gradil do córrego.
"Parece que só vão colocar essas proteções novamente quando acontecer outro acidente, quando uma criança cair aqui dentro e morrer", declarou uma moradora.