Meninas que desapareceram em Itapecerica da Serra disseram que foram drogadas

Após quatro dias longe de casa as adolescentes B.L.M, 12 anos, e a amiga M. F.,13, já foram liberadas pelo Conselho Tutelar de Itapecerica da Serra e encontram-se aos cuidado dos pais. As amigas desapareceram na sexta-feira depois de faltar a escola para ir a um encontro com rapazes no Parque do Lago Francisco Rizzo no município do Embu. Elas revelaram terem sido mantidas em cárcere privado. Também disseram ter sofrido agressões físicas e psicológicas e terem sido forçadas a consumir drogas. As duas garotas vão receber atendimento psicológico. Ambas as famílias estão abaladas. Relembre o caso aqui.

As adolescentes contaram que foram para o encontro, com os rapazes ainda não identificados, por vontade própria e na hora de ir embora receberam um telefonema informando que os seus pais já sabiam que tinham faltado à aula. Depois disso ficaram com medo de ficarem de ‘castigo’ e por isso voltaram local que estavam.

A mãe de B. L. M., disse que as meninas foram drogadas e forçadas a irem para uma casa ainda desconhecida, lá ficaram em cárcere privado e sofreram abuso físico e psicológico. “Elas foram para o encontro porque quiseram, mas depois foram forçadas a continuarem lá. São duas crianças, elas passaram por muita coisa”, disse à mãe que já encaminhou B. para tratamento psicológico e mandou a filha para passar algum tempo com a tia, a fim de superar o trauma.

As jovens passaram por exames no Hospital Pérola Byington, São Paulo, e serão acompanhadas por psicólogos e conselheiros de Itapecerica da Serra por algum tempo. As mães das adolescentes estão esperançosas que elas superem o ocorrido e possam seguir uma vida normal. “Minha filha está muito traumatizada, mas tenho fé que ela vai superar”, disse a mãe de B.


O Jornal na Net acompanhou o reencontro emocionante de B. com o seu pai. Eles ficaram abraçados por um longo tempo e após o momento de carinho o pai da adolescente falou. “Estou feliz que ela esta bem, vamos dar muito amor e carinho para a B.”, disse.

As meninas só revelaram os fatos depois de chegar a Itapecerica. As duas se apresentaram sozinhas na base comunitária da Polícia Militar no jardim Santa Tereza, em Embu das Artes, de onde foram encaminhadas para o Conselho Tutelar do município. As adolescentes afirmaram para as autoridades e conselheiros tutelares do Embu que haviam fugido de casa em razão dos maus tratos dos pais. Contaram  que não queriam retornar as suas residências por medo de represália, mas após serem encaminhadas para Itapecerica da Serra, a versão das meninas foi mudada.

De acordo com a mãe de M. F., 13, sua filha faltou com a verdade no depoimento devido ao choque sofrido. “Quando elas foram encontradas elas mentiram, falaram que apanhavam e sofriam abuso. Quando chegou em Itapecerica elas contaram a verdade para a assistente social”, disse a mãe de uma das garotas que afirmou nunca ter agredido fisicamente ou psicologicamente sua filha.

“Se elas fossem mal tratadas alguém já tinha notado. Nunca ninguém da escola ou amigos falaram algo assim, creio que elas inventaram essa história por medo do que fizeram com elas enquanto estavam em cárcere privado”, completou.

Uma das meninas chegou a tentar o suicídio e está em estado de choque. A mãe de B.L.M., 12, falou sobre o que ocorreu com sua filha. ”Ela está traumatizada com o que aconteceu, ela é só uma criança e passou por muita coisa, toda a família está passando por um momento difícil”, disse e comentou também a declaração da sua filha sobre ser agredida. “Minha filha sempre teve de tudo, o meu marido é um ótimo pai, ele é rígido porque quer o melhor para ela. Ela falou aquilo por medo, tudo foi desmentido quando elas conversaram com as conselheiras de Itapecerica”, falou.

De acordo com as mães de B. e M. foi aberto um inquérito na delegacia de Itapecerica da Serra para apurar o caso e elas têm esperança de descobrirem quem fez isso com suas filhas. “Eu quero que a justiça seja feita, porque do mesmo jeito que fizeram com a minha filha, podem fazer com a filha de outra pessoa, e eu não quero que ninguém sofra o que estou sofrendo”, finalizou a mãe de M..

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