Estado atrasa entrega de remédios do Dose Certa por quase 3 meses em Embu das Artes

Por Sandra Pereira | 16/05/2010

Durante dois meses e meio Embu das Artes amargou o atraso ocorrido na entrega de medicamentos do Programa Dose Certa, usados na atenção básica, além de medicação para saúde mental e da mulher. Os remédios em questão são produzidos pela Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório público do governo do Estado de São Paulo. Como o atraso não foi comunicado previamente, e, havia a perspectiva de recebimento a cidade não se preparou antecipadamente para arcar com todo o custo da dispensação farmacêutica nessas áreas.

Não chegou a haver falta de medicamentos nos postos de saúde e pronto-socorros de Embu, mas, o problema trouxe dor de cabeça aos profissionais que estão na linha de frente no atendimento de saúde na cidade, já que o chamado estoque de reserva da prefeitura acabou sendo usado no período.

“Felizmente nosso estoque deu para suprir a demanda nesse período. Mas, como não houve nenhuma comunicação a esse respeito ficamos numa situação delicada. Foram quase 3 meses de atraso”, admitiu a secretária Municipal de Saúde, Sandra Magali.

A secretária disse que a cidade recebeu os medicamentos em dezembro de 2009, uma nova remessa deveria ter chegado em fevereiro, mas a entrega só aconteceu novamente no início de maio. “Passamos dias de sufoco”, admitiu.

De acordo com o ela, a falta de medicamentos foi sentida nas unidades do São Marcos e Santo Eduardo, na área da saúde mental. Já no Vazame foi registrado desabastecimento em outros medicamentos do pacote do governo. Nos pronto-socorros não chegou a haver falta de medicamentos por conta da prefeitura ter assumido a compra dos medicamentos faltosos no período.

O Programa Dose Certa, criado em  1995, distribui gratuitamente diversos tipos de medicamentos básicos, como analgésicos, antitérmicos, antibióticos, xaropes, antiinflamatórios e pomadas, que atendem ao tratamento da maioria das doenças mais comuns, como verminoses, febre, infecções, inflamações, pressão alta, diabetes, doenças do coração, além de sintomas como febre e dor.  Novos itens passaram a ser distribuídos recentemente para o Programa de Saúde Mental e Programa de Saúde da Mulher.

De acordo com Sandra Magali, o volume de medicamentos fornecido pelo Estado, por meio  do programa, não atende a necessidade total do município, que faz licitação para compra dos remédios que faltam para distribuição. Neste ano, o lote de medicamentos que o Estado deveria ter entregue em fevereiro só chegou ao município de Embu em fins de abril.

Como o atraso da entrega coincidiu com o processo de  licitação de compra de medicação pela Secretaria de Saúde municipal, o transtorno foi ainda maior. Isso porque o estoque não foi suficiente para aguardar tanto tempo.

Um outro componente serviu ainda mais para tumultuar o serviço de saúde de Embu das Artes. É que alguns remédios de alto custo, como os usados contra a osteoporose e o colesterol, entraram para o Dose Certa, mas o governo do Estado não os forneceu.

A entrada de novos itens no Dose Certa e a realização da licitação fazem parte do processo. Em 2009, houve aumento de 32%, com relação a 2008, na grade de itens do Dose certa, cobertos pelo município. Foi feita licitação, tudo com os mesmos procedimentos deste ano, só que como o governo do Estado cumpriu prazo, não houve transtornos. Neste ano, migraram para o Dose Certa mais medicamentos, e a Prefeitura de Embu faz licitação para cobrir custos de mais 60%, com relação a 2009.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde informou que o problema ocorreu devido a mudança no sistema de distribuição, mas garantiu que os atrasos não voltam a acontecer.

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