Prefeitura de Embu das Artes investe em crianças e adolescentes

15/07/2013 | Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes

“Temos 23 anos de ECA e a criança, como sujeito de direito, continua sendo mandada de um abrigo para outro.” Foi assim que Ana Cristina Silva, da Organização não Governamental (OnG) Rede Criança de Combate à Violência Doméstica, iniciou, em 28/6, a IV Roda de Conversa, com o tema Todos Contra o Trabalho Infantil, o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O encontro contou com a participação de cerca de 100 profissionais das secretarias de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, Educação e Saúde.


A Roda de Conversa é um projeto de treinamento e conscientização de profissionais, das famílias e do público em geral na defesa dos direitos dos menores. Essa violência está concentrada especialmente no abuso sexual, visto que a cada 8 minutos uma criança é violada no País, de acordo com pesquisa Unicef. A maioria ocorre dentro de casa. O trabalho infantil é outro erro cometidos por adultos que ignoram que criança tem de brincar para se desenvolver.

A conferencista fez ampla abordagem do assunto e emitiu conceitos, como: “A gente fala que criança é futuro, mas a criança é hoje; a ECA fala de alguns direitos que muitas vezes a gente não garante”. Segundo Ana Cristina, pesquisa feita recentemente indicou que a criança, vítima de violência, fica muito estressada ao passar pelos setores de atendimento, tendo de contar diversas vezes a sua história de abuso.

Por adultos mais seguros

“Ela chega pelo abuso, por tudo o que passou a cada lugar, tendo de repetir a história, sendo que o trauma é tão grande que faz de conta que nada aconteceu, não confia em ninguém.” Tudo isso leva a uma grande dor, segundo a especialista. “Por isso há tantos adultos sem confiança um no outro, sem relacionamento, pelo que viveram lá atrás”.


Crianças mais felizes e adultos saudáveis dependem assim do trabalho de todos, principalmente dos profissionais envolvidos. “Devemos tratar o ser humano como sujeito, não uma coisa. Só respeito a criança e o adolescente se respeito e trato bem meu colega, todas as pessoas”.


A especialista chama atenção para expressões que reforçam maus tratos, como acreditar que “roupa suja se lava em casa”, “não se meta, o filho é meu e faço com ele o que eu quero”. Na verdade, se ocorre de um adulto na família abusar de uma criança é preciso denunciá-lo e ninguém é “dono” do (a) filho (a). Desde 1985 trabalhando com crianças e adolescentes, Ana Cristina respondeu a várias perguntas dos participantes sobre relações com a criança, as famílias, melhor aproveitamento de serviços e atitudes corretas. Para ela, a recuperação de crianças e adolescentes é possível: “As pessoas mudam, sim”.


Além da Roda, promovida pelo Governo de Embu das Artes, por meio da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Qualificação Profissional, há outras ações de conscientização, por meio de comunicado às famílias e folheteria, faixas e cartazes distribuídos nas instituições assistenciais da cidade. A proposta é que todos aprendam a lidar com os menores, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que regulamenta direitos com base na Constituição de 1988, pela Lei nº 8.069/1990. A IV Roda de Conversa, foi finalizada com Sarau do Centro de Referência da  Juventude (CRJ).

Elke Lopes Muniz

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