Sobrevivente de ataque à família apresenta melhora, mas segue internada em Itapecerica

É estável o quadro de saúde da única filha sobrevivente a golpes de faca contra sua família na manhã da última quarta-feira, dia 29, em Itapecerica da Serra. Ela permanece internada no Hospital Geral da cidade e não tem previsão de alta. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital a pequena de apenas 4 anos apresentou melhora, logo após ser transferida da UTI para o leito de internação na quinta. A mãe dela, Eliene Oliveira morreu às 16h47 no mesmo hospital. O pai, Rogério Lima Santos e seu irmão mais novo de 1 ano e oito meses, Esmael morreram antes mesmo de serem socorridos.

O acusado de ter atacado a família, Everaldo Santos da Silva também está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGIS. Ele tentou cometer suicídio no Centro de Detenção Provisória (CDP). Silva foi submetido a uma cirurgia e seu estado de saúde é grave. Na Delegacia, ele também teria tentado contra a vida, isso porque bateu diversas vezes sua cabeça contra a cela. Ensangüentado ele foi socorrido ao Pronto Socorro e após ser medicado foi levado à cadeia da cidade.

Everaldo era sócio de Rogério a cerca de quatro meses em uma loja de móveis usados. Ele disse em depoimento à polícia que a vítima o estava trapaceando [desviando dinheiro] do comércio que mantinham sociedade, mas ele teria “guardado aquilo no coração”. Na véspera do ataque ele chegou a ver a vítima e nem dormiu, uma vez que passou a noite toda planejando o que iria fazer.

Frio e calculista, Everaldo também contou em seu depoimento como cometeu o crime. De acordo com ele, na manhã do ataque ele pegou uma faca de cozinha grande, foi até a casa de Rogério com a desculpa de que foi buscar as chaves da loja (que já estavam com ele). Chegando lá, ele deu a primeira facada no abdômen de Rogério, momento em que a faca quebrou e a vítima tentou pular um portão, mas não conseguiu e foi esfaqueado mais outras vezes caindo no chão já morto.

A esposa da vitíma, Eliene ao presenciar as últimas facadas em seu marido, atirou uma poltrona contra o acusado, que conseguiu pegá-la e acabou esfaqueando ela também. Na sequência ele degolou o bebê de um ano e oito meses, que estava no colo dela. Ele foi vítima de mais três facadas. Ao ouvir os gritos, a outra filha do casal, começou a chorar, momento em que o acusado foi a seu encontro e a esfaqueou também.

Eliene mesmo ferida conseguiu correr pulando para uma construção que tinha nos fundos da casa, o acusado correu atrás dela. O telhado quebrou e os dois caíram no chão, ele continuou golpeando-a até que foi impedido pela polícia militar. Uma faca foi apreendida com o acusado.

Em seu depoimento ele disse que só se arrependeu do que fez com as crianças e não com o casal. Ele confessou que os planos dele era matar o casal e depois cortar a própria garganta. Edilene teria sido morta, segundo ele, porque sabia que o marido estava roubando a loja e ainda o ajudava a trapacear. Ele negou também os boatos de que a motivação do crime teria sido religiosa. 

O crime chocou os moradores do bairro Parque Paraíso. O principal assunto comentado nos últimos dias foi sobre a tragédia. Orações são feitas à menina e também ao seu irmão de dez anos que estava na escola no momento do ataque. Moradores criticam a atitude do acusado e pedem por justiça. A família morava na rua Arábia, onde o clima predominante é de luto e tristeza. Veja matérias aqui e aqui.

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