Vereadores vão exigir construção da alça de acesso do shopping Taboão para Embu

Por Sandra Pereira | 29/05/2013

Os vereadores de Taboão da Serra prometem iniciar uma ampla mobilização para garantir a construção da alça de acesso do Shopping Taboão no sentido de Embu das Artes visando minimizar o impacto no trânsito a partir da ampliação das lojas e do estacionamento do local. Os vereadores querem criar uma Comissão Especial de Acompanhamento para cobrar a construção do retorno. Também querem manter contato com a diretoria do local e pedir que a prefeitura exija a construção da alça prevista no projeto de instalação do shopping na cidade. O vereador Cido chegou a sugerir a suspensão do funcionamento do shopping, caso a alça não seja construída. Quem provocou a discussão foi o vereador Carlinhos do Leme, que disse estar cada dia mais difícil se locomover na cidade.

 “Essas mil vagas de estacionamento coberto vão travar o trânsito na cidade. Temos que aproveitar esse momento para exigir a construção da alça de acesso. Quero o apoio de todos os pares. Até podemos ir ao shopping e conversar sobre o assunto. É importante trazer mais lojas e ampliar os empregos, mas também devemos pensar no impacto que isso traz ao trânsito”, relatou Carlinhos do Leme.

O vereador Cido pediu que caso o shopping não cumpra a determinação de cumprir a alça os vereadores solicitem a cassação do alvará de funcionamento do local. “O shopping não pode estar acima da lei. A alça de acesso consta no projeto  aprovado na prefeitura. Vamos ter que cobrar prazo para que essa alça seja feita. Estamos sofrendo com os congestionamentos. Não podemos mais conviver com esse problema. Que possamos convocar diretoria do shopping ou seja quem for para cobrar essa irresponsabilidade”.

 Num discurso firme o presidente da Câmara, vereador Eduardo Nóbrega, disse que a atual legislatura será conhecida pela conquista, que já foi batizada de alça dos vereadores. Ele declarou que a Casa não vai prevaricar e acusou as gestões de passadas de serem omissas sobre a questão. Ele adiantou que os vereadores vão tratar do assunto na reunião entre o prefeito e a base na próxima segunda-feira.

“A não construção dessa alça é uma grande palhaçada. Esse assunto é tapa na cara dos Poderes da nossa cidade. Se nós passarmos quatro anos sem essa alça seremos omissos. O lucro é legítimo no Estado democrático de direito assim como também é o cumprimento das cláusulas contratuais. A Casa vai entrar de cabeça nessa luta e só vamos descansar quando ela for construída”, avisou. 

O vereador Ronaldo Onishi disse que shopping é um dos mais rentáveis do Estado de São Paulo, sendo referência no segmento. Ele propôs a criação de uma Comissão Especial de Acompanhamento para cobrar a construção da alça de acesso sentido Embu. A proposta foi imediatamente abraçada pela Casa. “Ninguém é contra o lucro. Ninguém é contra que o empresário prospere, mas é preciso cumprir o contrato. Essa comissão vai ser importante porque vamos levantar todas as informações e evitar mais problemas no trânsito da nossa cidade”. 

Já o vereador Moreira foi mais além e pediu a redução do valor do estacionamento que atualmente custa R$ 5.50, além da fiscalização do uso de vagas de idosos e deficientes. Moreira também disse que o shopping tem elevado lucro e citou como prova disso os sorteios frequentes de veículos para os clientes do local.  

Na mesma linha de apoio à luta pela construção da alça o vereador Luiz Lune sugeriu que também seja feita cobrança à Autopista Régis Bittencourt para a construção do retorno na região do Jardim São Judas.

Instigados pela imprensa regional os vereadores disseram que a meta é fechar o cerco em torno das compensações devidas pelos empreendimentos instalados na cidade, como os da Cooperativa Habitacional Vida Nova, do grupo Atua e todos os que estão realizando obras em Taboão. As informações iniciais apontam que a prefeitura pretende cobrar dívidas de compensações de cada um dos investidores do ramo imobiliário. 

Puxão de orelha

Já no final da sessão o presidente da Câmara, Eduardo Nóbrega, mandou de tribuna um aviso ao cerimonial da prefeitura. “Os experts em cerimonial têm que entender que existem dois Poderes na cidade, o Executivo e o Legislativo e nenhum é superior ao outro, ao contrário são harmônicos e independentes entre si. Lá existe o prefeito e aqui os vereadores. Abaixo disso é funcionário público. Que o cerimonial entenda que secretário não foi eleito pelo povo. Não podem falar antes de nós. Se voltar a acontecer vamos reagir. É a terceira vez que venho pedir para o cerimonial respeitar a Casa, na quarta vez não tomarei a bronca sozinho”,  avisou.

Nesta quarta-feira, às 10 horas, a Secretaria Municipal de Finanças realiza  prestação de contas na Câmara Municipal dos primeiros quatro meses da gestão do prefeito Evilásio Farias. 

Lune propõe CPI contra Evilásio

Na mesma sessão em que prometeram endurecer o cerco e cobrar a alça de acesso do shopping com destino a Embu os vereadores discutiram a abertura de Comissão Especial de Investigação (CEI) para elucidar dúvidas que existem em relação a compra de uniforme escolar em Taboão da Serra na gestão do ex-prefeito Evilásio Farias. A proposta foi feita de tribuna pelo vereador Luiz Lune e prontamente aceita e defendida pelo presidente da Casa que levantou vários questionamentos sobre o material escolar.

 Lune falou em CPI, mas recuou posteriormente alegando que a luta pela alça é a prioridade atual da Casa. Ele disse que até a próxima semana vai amadurecer a ideia da CPI e discutir porque não houve entrega de uniforme esse ano. 

Em coletiva à imprensa regional o prefeito Fernando Fernandes disse recentemente que durante a transição de governo, após a eleição de outubro, encontrou uma sala lotada de uniformes escolares e solicitou que eles fossem entregues nas escolas. Há quase dois meses a prefeitura abriu pregão para a compra de material escolar, mas não há informações sobre a abertura de licitação para adquirir uniforme escolar.

 “O pedido de CPI parte de uma pessoa que tem credibilidade em Taboão da Serra. Alguém que já foi deputado e já foi secretário. O PR já se posiciona a favor”, disse Eduardo Nóbrega. “CPI a gente sabe como começa e nunca como termina”, disse Marco Porta ao se declarar contrário à possibilidade de abertura da CPI. 


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