Escolas públicas de Taboão e Embu terão capacitação sobre Lei Maria da Penha

15/04/2013

Os alunos da rede pública estadual de ensino de Taboão da Serra e Embu das Artes  serão os mais novos agentes de divulgação e fiscalização do cumprimento da Lei Maria da Penha, criada para coibir a violência contra mulheres. É o que pretende a iniciativa conjunta do Ministério Público e da Diretoria Regional de Ensino, denominada de Projeto Instruir. A meta é levar a discussão sobre a violência doméstica para dentro das escolas e evitar que a nova geração continue proliferando os casos de violência. Além disso, o objetivo a curto prazo é que os estudantes levem para dentro de suas casas o novo aprendizado.

“Hoje estamos dando um passo para que nossas cidades façam um voto pela paz”, afirmou a promotora de Justiça Maria Gabriela Prado Mansur, na sexta-feira, 12, durante a abertura de uma palestra voltada para educadores sobre a Lei Maria da Penha.

A promotora ministrou palestra para diretores de escolas, mediadores, professores, visando dar aos mesmos noções básicas sobre a Lei Maria da Penha, mostrando como funciona o processo, os procedimentos que devem ser adotados, as penas, entre outros aspectos técnicos e jurídicos. Posteriormente, o trabalho será levado às escolas em turmas com estudantes entre 13 e 15 anos.

“Com a equipe escolar a palestra é mais técnica. Antes de iniciar o trabalho nas escolas eu quis passar para os professores um panorama da Lei Maria da Penha, as consequências de uma agressão, como o processo corre no judiciário. Já com os estudantes o trabalho será mais educativo e preventivo. Os adolescentes estão iniciando seus relacionamentos e às vezes vem com um histórico de violência doméstica, para que eles não levem esse comportamento adiante”, afirma Maria Gabriela. 

A promotora está se tornando um ícone na região no combate à violência contra a mulher. Ela é responsável pelo núcleo de violência contra a mulher do Ministério Público, em Taboão da Serra. Em seis meses ela atendeu a mil casos de violência contra a mulher com as mais variadas características e tipos de violação. Para a promotora a sociedade deve estar vigilante em todos os momentos para garantir o cumprimento da legislação.

Durante a palestra a promotora relatou a história da cantora americana Robyn Rihanna brutalmente espancada pelo namorado durante uma discussão. Após prestar queixa na delegacia ela quebrou o silêncio e contou que cresceu vendo a mãe ser espancada pelo pai. O caso ganhou repercussão internacional.

Gabriela Mansur diz que o caso da cantora americana desperta a atenção dos jovens para o problema. Durante a palestra ela alertou os educadores presentes para uma nova prática comum entre a juventude: a filmagem de relações sexuais, visando denegrir a imagem das meninas.


“Nosso público alvo nas escolas serão os  adolescentes entre 13 e 15 anos, que estão iniciando vidas amorosas. Temos vistos muitos casos de meninos filmando as garotas e depois postando na internet. Queremos alertá-los para evitar que isso ocorra”, pontuou. 

 “Palestra assim precisa ser divulgada. Sensibiliza para o tema. Desperta a atenção dos profissionais”, afirmou um mediador da escola Eulália Malta.

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