Polícia não descarta participação de PMs em execução de jovens em Taboão
A Polícia Civil não descarta a participação de policiais militares no ataque que deixou três mortos e três feridos, no Jardim Comunitário, na noite do último domingo (18) em Taboão da Serra – relembre aqui. Evidências e testemunhas apontam PMs como possíveis executores das vítimas, pela maneira de abordagem, ordens, vestimentas, porte físico atlético, e, ainda pelo local do crime ter sido alterado, antes mesmo da chegada da perícia.“Eles chegaram, mandaram encostar na parede e perguntaram quem tinha passagem. Os que tinham ficaram em um canto, os demais em outro canto. Depois começou os disparos, o maior tentou se esconder dentro de uma kombi que estava no local, mas foi morto lá dentro mesmo, os outros foram alvejados na rua”, afirmou uma das testemunhas, em depoimento a polícia.
Os três jovens assassinados tinham passagem pela polícia. Os dois menores por furto e furto tentado, já o maior de 22 anos por embriaguez ao volante. Eles foram abordados enquanto comiam esfihas e bebiam refrigerante, na porta de uma residência, na rua 14 de novembro. Os outros três, foram socorridos ao Pronto Socorro do Akira. O estado de saúde deles não foi divulgado.
A abordagem aconteceu, segundo o investigador Luis Peniche, dez minutos depois de um dos jovens, o menor de 16 anos, ser abordado por quatro viatura da polícia. Ele estava com uma moto de leilão, mas apesar disso, foi liberado pelos policiais.
Cápsulas de pistola 380 foram localizadas na rua. No Boletim de Ocorrência, a perícia afirma que o local do crime foi danificado. Agora, a polícia civil ouve testemunhas e familiares dos jovens para tentar esclarecer o crime. A rua não contava com imagens de videomonitoramento.
Para Peniche os ataques vão acabar assim que o crime for esclarecido. Ele já pediu um relatório interno (escala de serviço) do comando do 36º Batalhão, para saber de fato, quem estava trabalhando no dia do ocorrido. O investigador orientou ainda, os moradores da cidade, em meio à violência que assola o município.
“Os moradores não precisam sair da rotina. Já os grupos que se formam, em ruas da periferia, e que tenham pessoas com antecedentes criminais, não seria bom, principalmente neste momento” e completou: “Fiquem tranquilos, porque tem investigações em andamento e inquéritos civis instaurados”, disse.