Carta apreendida aponta que PMs da região são alvos do crime organizado

Um sargento de Taboão da Serra, outro sargento da Força Tática que atua em Embu das Artes e dois cabos lotados em Itapecerica da Serra figuravam como alvos do crime organizado, segundo cópias de uma carta apreendida durante a Operação Saturação na Favela de Paraisópolis, na Zona Oeste de São Paulo. Nela, estão expostos os nomes dos quatro policiais e endereços deles, que estavam sendo monitorados pelo crime organizado. Todos os ameaçados estão recebendo proteção da Polícia Militar.

Escrita a caneta e em letra de forma, a carta também descrevia a rotina de um tenente da base do Jardim Aracati, Zona Sul de São Paulo, dizendo que ele assistia a jogos de futebol em um determinado bar. Reforçava que membros do PCC estavam fazendo campana e já tinham descoberto o endereço residencial do policial.

De acordo com matéria publicada pelo Diário de São Paulo, os PMs que estão na mira do PCC estão se mudando do bairro onde moram com a família para outras cidades. Uma policial feminina, que sofreu diversas ameaças e teve até sua casa depredada no interior de São Paulo, precisou pedir empréstimos para conseguir se mudar para a capital.

O problema chegou ao gabinete do deputado estadual Major Sérgio Olímpio Gomes (PDT), que solicitou ao Executivo (através de uma indicação na Assembleia Legislativa) providências para possibilitar a instituição do pagamento do auxílio-locação emergencial de imóvel.

“Servirá para atender imediatamente a policiais militares, civis e agentes penitenciários que recebem ameaças de morte e por isso precisam se retirar do local de moradia com urgência”, disse.

Carta apreendida

A mensagem do crime organizado foi apreendida na Favela de Paraisópolis, onde Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí, acusado de mandar matar seis PMs, liderava o tráfico e era referência do PCC na região. Considerado perigoso, Piauí, que foi preso em agosto, em Santa Catarina, pela Polícia Federal, foi transferido na quinta-feira da Penitenciária de Avaré, no interior de São Paulo, para o presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, numa ação que marcou o início da parceria entre os governos estadual e federal no combate ao crime organizado em São Paulo.

Agentes penitenciários

Os agentes penitenciários também são alvo de ameaças e de execuções. Em 2012, 19 deles já foram mortos. Doze promotores do Ministério Público Estadual pediram ao procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa,  a transferência dos líderes do PCC para fora do estado. A medida deixou o clima nas unidades prisionais tenso.

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