Professores da rede estadual decidem acabar greve

Agora os alunos podem respirar aliviados, depois de um mês de paralisação, os professores da rede estadual de ensino votaram pela suspensão da greve na tarde desta quinta-feira (8), após assembleia que ocorreu no vão livre do Masp, na avenida Paulista (área central da cidade) e prejudicou o trânsito na região.

Em uma assembleia esvaziada, marcada por tumulto e bate-bocas, professores da rede estadual de São Paulo decidiram ontem suspender a greve. Eles não tiveram nenhuma de suas reivindicações atendidas pelo governo. A paralisação termina uma semana depois de José Serra (PSDB) ter deixado o cargo de governador para concorrer à Presidência.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) informou que a maioria votou por esse resultado. Mas segundo eles, como nenhuma das reivindicações foi atendida ainda, o movimento deve continuar ocorrendo por meio de outras ações, como a promoção de manifestação, segundo informe da entidade.

A diretora estadual da Apeoesp disse que caso o governo desconte as faltas dos professores grevistas do pagamento, eles podem retornar a greve.

Após a votação os professores que queriam manter a greve e os que decidiram suspender a paralisação se envolveram em uma pequena confusão, houve empurra-empurra.

Segundo o levantamento da Apeoesp, a paralisação chegou a abranger 63% dos professores em março. Mas a Secretária da Educação desde o começo da greve (8 de março), o percentual de paralisação não passou de 1%. E, além disso, o governo tucano dizia que não negociaria enquanto os grevistas não voltassem ao trabalho.

Um dia antes da assembléia nesta quarta-feira, 7, representantes dos professores se reuniram com o Secretário da Educação do estado, Paulo Renato Souza, na sede do órgão. Essa foi a primeira reunião entre grevistas e a secretaria desde o início da paralisação em 8 de março.

A Secretaria de Educação informou que foi proposta a abertura de uma mesa de negociações sobre as reivindicações apresentadas pelos sindicalistas desde que a greve seja suspensa. Segundo a Apeoesp não foi feita proposta de reajuste salarial.

Em nota a Secretaria afirmou que “desde o ano passado as entidades representativas dos profissionais da educação já foram recebidas quatro vezes pelo secretário Paulo Renato que ratificou nesta nova oportunidade a disposição para entendimentos desde haja suspensão da paralisação”.

Os professores reivindicavam reajuste salarial de 34,3% e afirmam estar com os salários congelados há cinco anos. Além disso, eles se opõem à incorporação da gratificação em três parcelas anuais.

O governo informou que a folha de pagamentos da Secretaria de Educação cresceu 33% entre 2005 e 2009, passando de R$ 7,8 bilhões para R$ 10,4 bilhões. As gratificações, segundo a Secretaria, são feitas na medida das disponibilidades orçamentárias.

No início da greve a Secretaria havia divulgado que os professores participantes do movimento teriam desconto salarial relativo às faltas. Além disso, perderiam participação no bônus por resultados, que paga anualmente até 2,9 salários para as equipes escolares que superarem suas metas, e também, no Programa de Valorização pelo Mérito, que permite aumentos salariais de 25%.





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