Obras do Rodoanel causam transtornos aos moradores de Itapecerica da Serra
Rachaduras, alagamentos, pó em excesso e muito barulho. Assim vivem as três irmãs que moram em um Condomínio no KM 28 da Estrada de Itapecerica da Serra.Segundo Maria Ignes Bondezan e Lúcia Maria Bondezan esses problemas acontecem devido às obras do Trecho Sul do Rodoanel. As rachaduras, por exemplo, estão espalhadas pelas três casas, principalmente em partes do chão e das paredes, mas as moradoras contaram que a Dersa já consertou algumas vezes, mas sempre voltam a aparecer. “As rachaduras maiores aparecem na casa de Lúcia, antes da Dersa consertar, a parede estava repleta de rachaduras, uma com a espessura de uma caneta”, conta Maria Ignes.
As moradoras também culpam as obras pelos alagamentos que passaram a acontecer nas casas desde junho de 2009. “Minha mãe viveu 76 anos de idade e nunca tinha presenciado alagamentos com tamanha proporção, como aconteceu em dezembro do ano passado”, afirma a moradora Maria.
Para ela os alagamentos estão acontecendo porque aterram e fizeram a pista do lado das casas, por isso alaga, enfatizou.
A Reportagem do Jornal na Net esteve na tarde desta segunda-feira no local e comprovou que as moradoras estão instaladas no canteiro de obras do rodoanel, isso porque a pista está sendo construída 30 metros das três casas que constituem o condomínio familiar.
As irmãs contaram que durante o dia inteiro a casa treme, literalmente, e com a proximidade da entrega da obra que está prevista para final de março (daqui a seis dias), durante a noite acontece à mesma coisa. “A cama anda, a porta treme, parece que estamos em um terremoto, não conseguimos dormir sossegadas”, conta Lúcia Maria.
As moradoras contam que o barulho é ensurdecedor, na última terça-feira, 16, o trabalho durou toda a madrugada e as irmãs decidiram ir até a delegacia para fazer uma queixa formal e registrar um boletim de ocorrência contra a Dersa, responsável pela Obra. O barulho diminuiu depois da queixa, mas continuou atrapalhando o sossego dos moradores.
As irmãs contaram que a propriedade da família era parte de um terreno maior, que pertenceu ao avô delas. Até fevereiro de 2009, cinco irmãos moravam no condomínio. Assim que eles descobriram que as obras passariam pelas casas, entraram em contato com a Dersa que fez uma proposta de expropriação para o terreno inteiro. Mas a família contestou na justiça o valor oferecido para a reposição dos bens, e segundo elas o projeto inicial foi modificado.
“Antes o terreno inteiro tinha que ser desapropriado, mas depois que recusamos o valor oferecido, eles voltaram atrás, talvez eles não queiram pagar o valor real que a casa vale”, explica a moradora Maria Ignes.
Apenas uma parte foi expropriada, a casa de outros dois irmãos, dividindo o condomínio. Agora, elas lutam na Justiça pela expropriação total do terreno e, além disso, o ressarcimento das casas.