Escola Estadual em Itapecerica é parcialmente interditada devido a rachaduras e problemas na estrutura
08/03/2010 | Outro autor
A Escola Estadual Jardim Montesano, em Itapecerica da Serra, localizada na rua Oceania, próximo ao 25º Batalhão de Polícia, é um retrato do descaso. Parte dela está interditada por apresentar risco à segurança dos alunos. Várias paredes apresentam rachaduras, as rampas de acesso ao piso superior estão balançando, o muro que cerca a escola ameaça desabar, a sala de informática, cuja situação é considerada a mais crítica foi totalmente interditada e um buraco no jardim de inverno encharca o solo.
Dentro da escola Montesano é possível notar que a parte da estrutura comprometida está interditada com tapumes e com faixas de proteção, apesar disso os problemas são evidentes. De acordo com funcionários, a escola tem 396 alunos, sendo 262 do ensino fundamental e 134 do ensino médio. Eles voltaram às aulas após o Carnaval.
A situação precária da escola construída há apenas seis anos, numa parceria entre a prefeitura de Itapecerica e o governo do Estado provoca indignação e revolta na comunidade escolar. Vizinhos da escola afirmam que as primeiras rachaduras apareceram há quatro anos e se intensificam cada vez mais.
A Reportagem do Jornal na Net teve acesso com exclusividade ao interior da escola e ao laudo assinado pelo engenheiro Fausto Amadeu Favale, que propôs a interdição de apenas parte da escola, alegando que o restante do prédio não apresenta risco aos alunos.
O laudo foi entregue no dia 19 de fevereiro poucos dias antes da volta às aulas. A escola foi interditada em dezembro pela Defesa Civil da cidade, que solicitou o laudo do engenheiro.
A gravidade da situação em que se encontra a escola foi relatada na Câmara Municipal pelo vereador José Maria que fez vários questionamentos sobre o processo de construção do prédio e cobrou providências dos setores competentes.
“A escola apresenta problemas graves na sua estrutura. É preciso tomar providências e apurar a responsabilidades. Em função da gravidade dos problemas a escola deveria estar interditada”, aponta o vereador.
Ellen Perez dos Santos mora em frente à escola e conta que a construção foi feita as pressas. “Começaram em janeiro e entregaram em outubro, nos moradores tivemos que fazer um abaixo assinado para a construção do muro, porque até o final da obra o muro não existia”, afirma lembrando que os problemas começaram dois anos após a obra acabar.
Margaret Pickler é mãe de duas crianças que estudam no local. Ela chama a atenção para a seriedade do problema e reclama do fato da sala de informática estar interditada. “O que adianta a escola ter sala de computação se os alunos não tem direito de usar”, enfatizou.
A SCOPUS Engenharia foi a construtora responsável pela Escola Estadual Jardim Montesano, cujo projeto é de autoria do engenheiro Eudir Affonso.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Itapecerica da Serra, Maurício Rocha, foi realizada uma vistoria na escola em dezembro.
“Naquele momento constatei rachaduras e interditei parcialmente a escola, mas pedi que para que fizessem um laudo e que a escola fosse liberada somente quando o laudo estivesse pronto”, lembra.
Maurício conta que um engenheiro do Governo do Estado de São Paulo fez a vistoria e interditou somente uma parte da escola que foi a parte próxima a quadra de futebol.
Ele disse que o engenheiro afirmou que não haveria nenhum risco e que primeiramente a parte ficaria interditada e em um segundo momento eles fariam as obras de reparação.
O outro lado
Apesar da gravidade dos problemas na estrutura da escola Montesano a Secretaria Estadual diz que não há prazo para realizar os reparos necessários e informa que a responsabilidade pela recuperação é da prefeitura, que teria construído o prédio da escola.
De acordo com a Assessoria a obra foi feita por meio de um convênio entre a prefeitura e o Estado. “A responsabilidade da obra é da prefeitura”, afirmou um assessor de imprensa da Secretaria Estadual de Educação.
De acordo com ele já estão sendo adotadas medidas para sustentar a área afetada. Além disso, já está em andamento um estudo para realizar os reparos. “Entretanto ainda não temos previsão de custos e nem prazos estabelecidos”, observou.
Veja mais fotos da estrutura da escola:
Texto: Karen Moura Santiago e Sandra Pereira