Zona Azul de Taboão é motivo de reclamações
Descontentamento, a não existência de vagas de idosos, motociclistas e deficientes em algumas ruas, redução de clientes e ocupação das vagas para estacionar marcam o período de um mês, da implantação do estacionamento rotativo, a Zona Azul de Taboão da Serra. As diversas reclamações apontam que a medida não agradou os moradores e comerciantes que se dizem prejudicados com as mudanças nos locais onde os parquímetros estão instalados, Centro, Prefeitura, Pirajuçara e Fórum.
A reportagem do Jornal na Net visitou algumas das ruas que contam com a medida e ouviu as reclamações. A redução da ocupação das vagas de estacionamento é evidente, uma vez que as ruas antes repletas de carros estão praticamente vazias.
“As vagas ficam sempre assim, em todos os horários do dia, sem quase nenhum carro. Sobram lugares para estacionar. Os carros que antes estacionavam onde foi implantada a cobrança, preferem deixar nas ruas distantes e sem a Zona Azul, arriscando terem seus carros furtados”, disse um morador e comerciante do Pirajuçara, conhecido como Carioca.
Ruas sem da Zona Azul ficam repletas de carros
Os comércios também perderam a clientela. Vazios, os comerciantes calculam os prejuízos. “Cerca de 50% dos clientes já não freqüentam mais os comércios. Eles (clientes) não querem pagar estacionamento para tomar uma cerveja. Esse horário (16h30) o bar estaria cheio”, completou Carioca.
Caso o morador e também comerciantes que moram dentro do estabelecimento e por sua vez precisam deixar o seu carro na rua para atender a freguesia, não queira arriscar e deixar o veículo em ruas distantes e sem garantia de que não serão furtados, é necessário, segundo eles, pagar estacionamento em outro local. “Não temos condições de pagar R$ 20 por dia. Não tem cabimento, poderíamos ter uma vaga garantida, sem precisar pagar”, reivindicaram os comerciantes ao entorno da Praça Luiz Gonzaga.
José Cícero dos Santos, um senhor de mais de 60 anos, frisou que próximo a Praça e também no Pirajuçara não existem vagas de estacionamento para idosos, nem motos. “O que seria um direito garantido por lei, não é cumprido pela concessionária, que não aceita o cartão que me dá direito de não pagar Zona Azul, ele é emitido pela Prefeitura, mas não é aceito aqui”, afirmou.
O senhor José Cícero mostra a permissão de estacionar da Prefeitura
Segundo ele, para cortar o cabelo, no mesmo local que sempre corta, é obrigatório o pagamento da Zona Azul. “Eles não aceitam o cartão e nem mostrando o RG tenho o direito. Precisei parar o meu carro em frente ao comércio (na calçada) para não pagar. Essa medida não é justa e meu direito de estacionar em uma vaga delimitada aos idosos não é garantido”, declarou.
Segundo a nota divulgada pela concessionária que administra a Zona Azul no Município, ao longo da área tarifada foram demarcadas vagas especialmente destinadas a deficientes físicos e idosos. Apenas os deficientes são isentos do pagamento, mediante identificação especifica no veículo (desenho de cadeira de rodas com fundo azul e credencial). As motos também não pagam tarifa, porém devem estacionar nas áreas especialmente destinadas a elas (total de 21 vagas). Não podem utilizar as vagas do estacionamento rotativo.
Apesar de a nota especificar que diversas vagas foram demarcadas para idosos, deficientes e motociclistas, essa não é a realidade no bairro Pirajuçara, que não conta com as vagas exclusivas e os motoristas precisam estacionar nas vagas comuns e pagarem as tarifas.
As regras da Zona Azul dão conta de que o período mínimo de estacionamento é de 30 minutos (R$ 1,00) e o máximo de 2 horas (R$ 4,00). Após utilizar o período máximo, o usuário deverá procurar uma outra vaga. A tolerância de permanência é de 5 minutos e o usuário tem 24 horas para pagar a tarifa de pós-utilização para não ser multado.
Caso o tempo seja ultrapassado, o motorista é notificado no período de 24hs o valor de 20 reais na própria máquina ou na sede da Zona Azul (na rua Cesário Dau, 506 – Jardim Maria Rosa), caso o valor não seja pago, o motorista receberá uma multa e de quebra três pontos na carteira.
Os monitores do Consórcio não aplicam multas, esta função é feita pelos agentes de trânsito da Prefeitura. Os equipamentos além de disponibilizar os cartões com permissão para estacionar, recebem 6% do valor arrecadado.