Justiça anula votação da mesa de Embu, vereadores garantem que vão reeleger mesa com 13 votos
A calmaria predominante na Câmara Municipal de Embu das Artes foi extinta por um forte vendaval na solenidade de posse, que resultou na eleição de uma mesa diretora autodenominada independente do governo do prefeito Hugo Prado. Abel Arantes, eleito presidente com 11 votos, sendo 4 de vereadores da oposição, disse que "o voto da liberdade", mudou o rumos da Casa. À imprensa ele garantiu que a Câmara vive uma nova fase onde a independência do parlamento é a nova realidade.
A votação teve efeitos de um furacão e acabou indo parar na Justiça. Na tarde desta quarta-feira, 8, a juíza Ana Sylvia Lorenzi Pereira acatou pedido da vereadora Vanessa Isabel Teodoro da Silva e determinou que seja realizada nova eleição para a mesa diretora da Câmara de Embu das Artes.
"Não vou nem falar de quem ele escolheu. O que formou esse grupo foi a escolha deles. Ele fez a escolha dele e nós fizemos a nossa. Houve inúmeras conversas. Tenho certeza que estou preparado. Queremos um Legislativo à altura do Executivo, nem maior e nem menor, com equiíbrio de poderes", avisou Abel Arantes.
Se alguém imaginou que a anulação da eleição da mesa iria frear os ânimos na Casa, os vereadores entutilados indepedentes garantem que não muda nada. Aliás, revelam, que ao invés de 11 votos, a mesa será eleita novamente com 13 votos, uma vez que dois vereadores que apoiaram a candidata governista vão se somar ao grupo. Em tom de descontração, fazendo menção ao filme 11 homens e um segredo eles repetiam ter 2 segredos e se recusaram a revelar os nomes que quem vai votar também.
O estopim do impasse entre os vereadores e o governo teria sido um embate entre o prefeito Hugo Prado e o vereador Bobilel. Ele relatou ter sido maltratado e até xingado pelo prefeito. Sobre a vereadora Vanessa, Bobilel avalia que ela tem forte rejeição entre os pares por conta de sua atuação negativa na saúde.
"Os amigos me avisaram que o Hugo queria me pegar pra cristo, para ameaçar os outros vereadores. Ele esqueceu que eu estou no meu 3º mandato. Quando o Hugo me humilhou disse que eu não fui leal. Me xingou e eu devolvi. Quis me pegar de boi de piranha. Ele errou o tiro ninguém gostou disso. Foi assim que nós abraçamos o Abel e conseguimos a união desse grupo", resumiu Bobilel.
A decisão liminar esquentou ainda mais o clima na Casa de Leis que após tamanha turbulência está lembrando a vizinha Taboão da Serra.
"Não vamos nos render. Não vamos nos vender. Do jeito que vier, vai voltar", destacou o vereador Índio Silva, antes de relatar ter sido passado para trás e preterido várias vezes.
Sandra Pereira