Evento celebra as mulheres e reforça a luta pela igualdade de direitos e sobrevivência
11/03/2024 | Prefeitura da Estância Turística de Embu das Artes
Todos os dias quatro mulheres morrem vítimas de feminicídio no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2023, foram registrados 1.463 casos, o maior número desde que a lei que tipificou esse tipo de crime foi criada, em 2015. Embu das Artes contabilizou duas mortes no ano passado e nenhuma das vítimas era assistida por medidas protetivas.
Na maioria das vezes, os assassinos são os próprios companheiros ou os ex-companheiros. A pesquisa também identificou que a maioria das vítimas tem entre 18 e 44 anos – cerca de 72%. A cada 10 mulheres assassinadas, sete são negras e metade dos crimes é cometido por arma de fogo.
A desigualdade salarial ainda continua. As mulheres têm jornadas duplas e muitas vezes até triplas e recebem cerca de 20% a menos do que os homens mesmo desempenhando as mesmas atividades.
Durante o evento realizado no dia 8/3, no Parque do Lago Francisco Rizzo, pela Coordenadoria da Juventude Embuense, sob o comando de Daniel Oliveira, Fernanda Rosário, secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Embu das Artes, afirmou que o dia 8 de março é uma data de reparação histórica. “Tivemos nossos espaços negados socialmente e até a década de 60 só podíamos estudar e trabalhar com a autorização do marido”, disse.
Fernanda Rosário também relembrou que a sua secretaria foi pioneira na região, sendo inaugurada há 5 anos no dia 8 de março, e revelou que, segundo o Fórum Econômico Mundial, somente no ano de 2154 a diferença de gênero nas áreas da economia, política, saúde e educação poderá acabar. Ela reforçou ainda a importância do apoio a mulheres que se encontram em situação de violência, pois sem amparo, pode levar até 10 anos para que o ciclo seja rompido, segundos os estudos.
A questão da representatividade no Legislativo foi uma das pautas que a secretária fez questão de levantar: “Temos apenas uma vereadora na Câmara Municipal”, alertou Fernanda.
“Homens não fazem leis para as mulheres”, afirmou Geanne Greggio, que é a única transexual coordenadora de IST/AIDS e Hepatites Virais de Embu das Artes e do Estado de São Paulo, além de professora há 25 anos.
Aos 4 anos, ela já sabia que era mulher. Aos 47 anos de idade, já é considerada acima da média da expectativa de vida de pessoas trans, que é de 35 anos. Dados revelam que pelo 14º ano consecutivo o Brasil lidera o ranking mundial de países que mais matam trans.
“Ser mulher é uma construção, é força, garra e potência. Precisamos acabar com essa sociedade machista, sexista e heteronormativa e lutarmos pela igualdade de gênero”, disse Geanne, que relatou ainda já ter sofrido violência do companheiro e que só se deu conta da gravidade ao levar uma facada.
Também presente ao evento, a secretária municipal de Trabalho e Emprego, Emília Calderoni, disse que a sua pasta está atuando para auxiliar cada vez mais mulheres a serem inseridas no mercado de trabalho. Já Rosana Almeida, diretora do Centro de Convivência do Idoso (CCI) de Embu das Artes, falou sobre a importância de mulheres acima de 50 anos realizarem atividades e destacou os inúmeros cursos disponíveis nos núcleos.
O vice-prefeito Hugo Prado também marcou presença e discursou sobre a importância da independência feminina. Nesse sentido, lembrou que a Prefeitura sempre investiu no desenvolvimento de projetos que visam o protagonismo da mulher.
Ao longo do dia, as participantes tiveram acesso a serviços de beleza, assistência jurídica e psicológica, orientação ginecológica, encaminhamento a vagas de emprego e rodas de conversa.
A violência contra a mulher precisa ser denunciada. Anote os endereços e os telefones úteis:
Secretaria da Mulher
Rua Dona Bernardina, 37, Jd. Arabutan
Telefones: (11) 4704-4745 / 4704-0238
Emergência 24h: (11) 94089-2011 – WhatsApp
Delegacia da Mulher de Embu das Artes
Rua Belo Horizonte, 289, Centro
Telefone: (11) 4704-1538
Denúncias: 180 (Central de Atendimento à Mulher), 153 (GCM) ou 190 (PM)