Enchente deixa moradores ilhados no Branca Flor em Itapecerica
Móveis perdidos, casa inundada e tristeza. Foi assim à terça-feira, 08, no Jardim Branca Flor, cidade de Itapecerica da Serra na Grande São Paulo. Isso porque a chuva forte que caiu na noite de segunda-feira e persistiu durante toda a madrugada de terça-feira foi o suficiente para deixar a Rua Cruzeiro do Sul completamente debaixo d’água.
A rua Roque Gonzáles e Vera Cruz também enfrentaram o mesmo problema afirma Sandra Maria, moradora do Branca Flor há 9 anos. Ela explica que perdeu muitos móveis na última enchente que aconteceu em dezembro do ano passado.
“Antes do início das obras do rodoanel isso nunca tinha acontecido”, relata.
O problema é o aterramento, que em razão das obras do rodoanel parte do rio teve que ser aterrado e a água agora não tem para onde ir, explica ela. Segundo Andréia Ferreira a água aparece de todos os lugares, do bueiro, do ralo do banheiro, “tive que colocar em todos os ralos da minha casa, sacolas com areia, para tentar segurar a água”.
Andréia conta que na última enchente, os seus móveis ficaram inchados de tanta água que entrou na casa. A outra enchente aconteceu no natal e ela conta tristemente que não comemorou a data, “é muito triste comprar os móveis e a casa com suor e não poder fazer nada”, desabafou.
Com a água, bichos passeiam livremente pela rua, “são ratos, cobras” e foi por causa disso que a filha de Maria Rosário, moradora do bairro há 28 anos, contraiu leptospirose.
“As crianças brincam na enchente e podem contrair doenças”, explica ela. O esgoto no bairro corre a céu aberto. Por isso, a moradora Lucimara reclama da Prefeitura, que há 18 anos promete implantar o saneamento básico na região.
“A tubulação foi passada, mas não pode jogar nada dentro”, afirma ela.
A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) órgão responsável pelas obras do Rodoanel, ressarciu alguns moradores do bairro, mas segundo eles, o dinheiro não foi suficiente para repor tudo que foi perdido. “Consegui comprar alguns móveis e aterrei uma parte no meu quintal, para a água não invadir a minha casa”.