Transporte público: descaso com passageiros
Transporte lotado, atraso constante e falta de respeito com os passageiros, principalmente com os idosos, caracteriza o sofrimento diário dos usuários do transporte público na região que usam a expressão “lata de sardinha” para definirem como se sentem dentro dos ônibus e vans.
“Além de nos deixar aqui dentro como lata de sardinha (apertados, sem nenhum espaço), eles não respeitam os idosos. Quando eles (idosos) precisam tomar a condução, os perueiros não fazem questão, deixando os idosos no ponto de ônibus, isso tudo porque eles não pagam condução. Os perueiros (cobrador, motoristas) só autorizam a entrada se alguma pessoa que está na lotação se prontificar a descer”, denunciou Vilma.
Ciente da realidade enfrentada por esses moradores que dependem do transporte, a reportagem do Jornal na Net acompanhou na manhã desta quarta-feira, 01, a rotina desgastante e o sofrimento desses trabalhadores. A demora de pelo menos 40 minutos do ônibus intermunicipal complicou ainda mais a vida dos passageiros que constantemente ficam apertados, muitas vezes, sem local para se segurar, tamanho número de pessoas colocadas dentro dos ônibus e também das vans.
“É sempre assim. Eles dizem que a tendência é melhorar quando aumenta a passagem (condução), mais só piora. Principalmente as lotações que enchem cada vez mais, eles colocam um monte de gente, sem se preocupar que não tem espaço”, desabafou Graziela.
Os passageiros além de enfrentarem todos os dias a demora dos coletivos, a falta de respeito e a super lotação de pessoas, precisam superar a má manutenção dos ônibus e vans que em sua grande maioria, segundo eles, estão em péssimo estado, mas mesmo assim continuam em circulação.
“Às vezes por falta de manutenção os ônibus quebram, causando um grande transtorno para nós, que precisamos descer e esperar o outro coletivo, que já chega abarrotado de pessoas, quase impossível de entrar. Por quebrar mais (o ônibus), optamos em pegar peruas, por ser mais rápido, mas não é bem assim, porque eles ficam parando toda hora para pegar mais passageiros, enchendo cada vez mais a perua ”, reclamou Graziela.
De acordo com os passageiros entrevistados, os ônibus e as vans começam a ficar cheios a partir das 4h até 9h, da manhã e das 16h30 às 21h. ““Esses são os horários mais difíceis. Os passageiros só conseguem fazer a viagem sentados, se pegarem no ponto de partida, porque dois pontos após sair, as vans e ônibus não têm mais lugar. Nos horários de pico, os ônibus / vans passam direito porque já não cabe mais ninguém e somos obrigados a esperar por outro, que esteja mais vazio”, contaram Vilma e Graziela.
A reportagem constatou que o atraso dos ônibus acontece em horários diversos, obrigando os passageiros a esperarem impacientes no ponto. “Já faz um tempo que os ônibus não passam mais no horário previsto, acho que isso está acontecendo devido às obras na Francisco Morato. Chego atrasada todos os dias, no começo minha chefe brigava, mas agora ela já se acostumou. Eu como não tenho escolha, preciso pegar o ônibus, mas se pudesse, sem dúvida optaria pelas peruas”, comentou Ana.
Para amenizar os problemas no transporte intermunicipal os passageiros reivindicam pela melhora nos coletivos, além de novos transportes, porque segundo eles, a população cresce, mas o número de ônibus e vans continua o mesmo, causando um desconforto para quem necessita deste meio de condução para trabalhar.