Moradores do Jd. Nossa Senhora de Fátima relatam novamente problema de abastecimento de água
Os moradores do Jardim Nossa Senhora de Fátima, em Embu das Artes, estão sofrendo um verdadeiro drama com a falta de água que se arrasta há 06 dias. Essa já não é a primeira vez que o problema afeta as casas da parte de cima do bairro. Pela terceira vez em menos de dois meses, o Jornal Na Net foi procurado por eles. Cansados do transtorno e da falta de respeito da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) eles já não sabem mais o que fazer. Conforme apuração da reportagem, que ouviu e sentiu o desespero dessas pessoas, que não conseguem alternativas e muito menos resoluções para o problema, a empresa, toda vez que é contatada, promete que o desabastecimento será resolvido em até 24 horas. No entanto, a realidade está bem longe disso. Com os dias quentes que estão fazendo nessa semana, o desespero se intensifica. “Nem um simples banho podemos tomar direito, diz uma das moradoras. Procurada pela reportagem, a Sabesp afirmou que faria uma análise específica sobre o problema.
“Já tem 06 dias que estamos sem água. Nós não sabemos mais o que fazer nesse calor. A gente com roupa suja, com prato sujo, a gente liga para a Sabesp e não somos atendidos. Eles não dão uma posição. Não falam se é uma bomba que está quebrada, não falam nada, eles falam que está tudo normal e a gente sem água esse tempo todo”, relata a moradora.
Apesar da Companhia se eximir do erro, alegando que não há qualquer tipo de problema na região, os moradores estão sofrendo há dias o problema na pele e querem respostas urgentes. Em um dos depoimentos ouvidos pela reportagem, uma mãe, que possui um filho pequeno, se diz desesperada e alega não saber mais o que fazer. Até o banho do bebê vem sendo prejudicado e acontece a conta gotas.
“Esse calor, a gente sem tomar banho direito. Eu tenho filho pequeno, isso também torna o problema ainda mais difícil. Estamos sofrendo sem água”, conta.
Uma das alternativas encontradas pelos moradores têm sido pedir água para quem mora na parte debaixo do bairro onde o abastecimento está normal. No entanto, com o problema se arrastando há tantos dias, alguns vizinhos já estão começando a se recusar a emprestar água.
“A gente tem que buscar água nas casas que estão na parte baixa e tem pessoas que não estão mais querendo dar água para gente porque a conta vem mais cara. Estamos desesperados”, afirma.
Em nota, a Sabesp afirmou que realizou vistoria nos endereços e que encontrou alguns problemas pontuais.
"A Sabesp informa que realizou nesta manhã (16/12) vistorias nos endereços citados, entre eles a Travessa Paraíba, e constatou que o fornecimento ocorre de forma regular. Alguns moradores relataram situações pontuais de falta d’água provocados por manutenções emergenciais ou preventivas no sistema de abastecimento. Outros consumidores apontaram intermitência no período noturno, situação que é decorrente da gestão de pressão noturna, realizada na Região Metropolitana de São Paulo de forma rotineira desde a década de 1990. A prática é recomendada internacionalmente: quando há menos consumo, reduz-se a pressão nas redes a fim de evitar perdas por vazamentos e rompimentos; quando o uso é retomado, a pressão é reajustada. É algo semelhante ao que ocorre à noite, por exemplo, com o transporte público: com menos demanda, reduz-se a circulação de ônibus e trens. Imóveis com caixa-d’água com reservação para ao menos 24 horas, como determina o decreto estadual 12.342/78, não sentem os efeitos de manutenções ou da gestão da pressão. Torneiras e outros equipamentos hidráulicos devem estar conectados às caixas-d’água".