Guilherme Boulos visita municípios da região e fala sobre seus projetos para 2022

O pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) visitou diversos municípios da região sudoeste na terça-feira, 14. O psolista teve uma extensa agenda com autoridades, militantes e trabalhadores em Itapecerica da Serra, Embu das Artes e Taboão da Serra. Boulos, que já foi candidato à prefeitura de São Paulo e teve uma votação expressiva, chegando ao 2º turno, veio em busca de apoio para a construção da sua candidatura ao governo paulista. À imprensa, ele afirmou que as três principais carências da região são emprego, habitação e mobilidade urbana. Já a saúde, segundo o mesmo, está caótica em todo o país e precisa de mais investimento.

Sua passagem pela região começou às 09h na Câmara Municipal de Itapecerica da Serra, onde tomou café com apoiadores e militantes. De lá, ele seguiu para Embu das Artes para almoçar na Cozinha Solidária do MTST. Seu compromisso terminou em Taboão da Serra, onde ele visitou a fábrica da Cinpal, foi recepcionado pelo prefeito José Aprígio (Podemos) na prefeitura e realizou plenária aberta no Cemur no final da noite. A agenda foi mais uma da “Virada Paulista com Boulos”, ação que tem sido feita para fortalecer o seu nome em várias regiões de São Paulo com o intuito de angariar apoio para a sua disputa ao cargo do executivo.

No Cemur lotado, o pré-candidato afirmou que uma de suas maiores pretensões é trabalhar pela habitação, entregando o mais rápido possível chaves de apartamentos do Pq. Laguna e do Chico Mendes.

“Uma das coisas que mais me animam é poder no primeiro ano de governo pensar que a gente vai poder entregar as chaves do Parque Laguna e do Chico Mendes. Isso é fundamental e animador porque todo mundo que está aqui na luta por moradia sabe da dificuldade. E não só desse, mas de tantos outros projetos aqui no Taboão e na região que eles (PSDB) deixaram para trás. Deixaram por falta de prioridade, não por falta de dinheiro”, disse.

Em relação a 2022, Boulos falou sobre dois grandes desafios que virão pela frente. O primeiro, segundo o psolista, é a necessidade de Jair Messias Bolsonaro (PL) sair da presidência.

“Nós vamos tirar esse genocida de lá. Ele desrespeita o ser humano das piores maneiras possíveis. Ele matou milhares de compatriotas nossos pela covid. E foi que ele matou sim. Ele poderia ter comprado a vacina muito antes […] Ele trabalhou contra a vacina, ele trabalhou contra o uso de máscaras, ele desrespeitou a dor das pessoas dizendo que era só uma gripezinha. […] Mas ele não matou nosso povo só de vírus não, ele está matando de fome […] São 19 milhões de brasileiros passando fome, isso é um escândalo. Olha o preço da comida, olha o preço do combustível, olha o preço do gás”, afirmou.

Já o segundo, é tirar o PSDB do Governo do Estado, que há 27 anos comanda São Paulo. “Eu fico imaginando o que é que a gente não vai fazer. Eles têm medo porque a chave do cofre está na mão deles. Se a gente pegar essa chave do cofre, e é por isso que eles atacaram tanto a gente quando fomos para o 2º turno da eleição da capital no ano passado, eles sabem o que a gente vai fazer. Vai acabar os esquemas com os amiguinhos e que esse dinheiro vai ter que ir para prioridade do povo. Para moradia, saúde, educação, transporte, para aquilo que é fundamental para o povo”.

Questionado pela imprensa sobre as prioridades para a região sudoeste, ele falou sobre mobilidade urbana, habitação e emprego. Segundo o mesmo, essas são as principais carências que ele observou em sua visita.

Em relação à habitação, Boulos salientou que as políticas públicas adotadas em seu governo terão três pontos de partida. "Nós temos três prioridades em relação à política habitacional. Uma delas é justamente a regulação fundiária, a outra é o acolhimento da população em situação de rua que aumentou muito nas metrópoles e a terceira é provisão habitacional a partir de imóveis que estão ociosos e que podem ser sobretudo por mutirões através do estado com infraestrutura e material de construção. Nós temos uma nova lei de regularização fundiária que permite uma regularização rápida. Mas nós não podemos pensar em regularização como apenas dar documento. Essa é uma parte necessária. Mas a outra parte é investimento em infraestrutura, saneamento básico e equipamentos públicos que têm que ir para essas áreas. Às vezes o problema de um bairro é um problema também de carência, não apenas de falta de documento”, explicou.

A chegada do Metrô no Largo do Taboão também foi uma das perguntas direcionadas ao psolista. Boulos afirmou que esse questionamento também surgiu em reunião com o prefeito Aprígio e vereadores, o qual classificou como “amistosa, considerando as diferenças políticas e partidárias que existem”.

O pré-candidato garantiu que, se eleito, o tão sonhado transporte sobre trilhos chegará em Taboão. “Se eu for governador de São Paulo a linha amarela chegará a Taboão da Serra. Primeiro, porque esse era o projeto original da linha amarela, não é nenhuma demagogia. Estava ali, eles retiraram do projeto, aliás, a previsão projeto era chegar em Taboão até a Copa de 2014. Eu me lembro bem porque eu participei da reunião com a Secretaria de Transportes Metropolitanos, Segundo, eu morei 10 anos em Taboão da Serra, não sou nenhum estrangeiro aqui, eu sei o quanto isso é necessário […] Tem dinheiro pra isso, tem recursos. Está havendo extensão em linhas do metrô […] veja a linha laranja onde já existem linhas existentes, temos que expandir o Metrô para as periferias e não simplesmente levar mais Metrô para regiões onde já existe o Metrô”, disse.

Ainda na questão da mobilidade urbana, ele falou sobre a possibilidade de expandir o metrô até o Pirajuçara, uma região de grande adensamento que não conta com transporte o suficiente para atender a demanda.

“Aqui não temos trem metropolitano. O único meio de transporte das pessoas que saem do fundão de Itapecerica da Serra, de Embu das Artes, de Taboão é o ônibus intermunicipal, que é caro e não é de massa, como é o transporte sobre trilho. Inicialmente estendendo até o largo do Taboão, mas com plano futuro de extensão até o Pirajuçara, que tem uma concentração populacional tremenda”, salientou.

Sobre a visita à região, onde já morou, Boulos garantiu que foi positiva. “Eu gostei muito de voltar aqui na região. Eu brinquei hoje na reunião com o Aprígio e os vereadores que eles podem apoiar quem eles quiserem, mas eu, com certeza, sou o único pré-candidato a governador que venho para Taboão sem GPS. Os outros candidatos vão precisar do GPS para entrar na cidade”, falou.

Em Itapecerica, onde sua agenda começou logo pela manhã, Boulos dialogou com movimentos sociais e de cultura. Já em Embu, onde conversou com lideranças e visitou o projeto Cozinha Solidária no Jd. Novo Campo Limpo, o psolista enfatizou que o trabalho feito “é uma referência de segurança alimentar e de combate a fome”.

Em Taboão da Serra, na Cinpal, ocorreu uma conversa com os funcionários na troca de turno sobre a situação atual do país, principalmente sobre a retirada de direitos e o aumento desenfreado da inflação. “Foi muito importante ter ido lá e escutar dos próprios trabalhadores a situação”.

Sobre o seu plano de governo para a saúde, uma área que tem apresentado dificuldades em todo o país, Boulos defende a descentralização de recursos para a região.

“Saúde é uma prioridade geral, absoluta. Uma série de procedimentos eletivos ficaram represados. Aqui nós temos o Hospital Geral do Pirajuçara que é insuficiente para o atendimento da demanda. Precisamos ter uma descentralização de recursos para a saúde aqui a região, não só para o atendimento terciário, que é de alta complexidade, mas também para o pronto atendimento”, explicou.

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