Visando as eleições ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT) visita Taboão da Serra e se reúne com autoridades
O ex-prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad (PT) visitou Taboão da Serra na tarde de terça-feira (19) em busca de apoio para a sua pré-candidatura ao Governo do Estado de São Paulo. Um dos nomes mais conhecidos do Partido dos Trabalhadores, Haddad se reuniu na cidade com lideranças, militantes e autoridades para fazer ponte com outros partidos e iniciar a jornada eleitoral com mais força.
Na primeira reunião, que aconteceu com integrantes do partido e imprensa, Haddad criticou o fato do PSDB governar há quase 30 anos o Estado de São Paulo. “São Paulo tem ? do PIB nacional e há 07 mandatos é governada pelos tucanos. Agora chegou a vez do PT fazer a diferença no estado. Se a gente casar as campanhas, né? Conforme eu disse outro dia, não quiseram Lula/Haddad em 18, vão ter Lula/Haddad em 22. Quero ver eles segurarem o PT depois de tudo que eles aprontaram para a gente. Se a gente não vai fazer a diferença agora e mostrar que a gente vai voltar a ser feliz, que a gente vai voltar a governar para as pessoas”, falou.
Durante o seu discurso, o petista também direcionou suas críticas ao presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) e ao governador João Dória (PSDB). “Eu sei que muita gente acorda de manhã e acorda, às vezes, sem energia. Porque não é fácil viver no governo Bolsonaro e no governo Dória. O Bolsodoria é de amargar. Não é brincadeira você acordar e saber que tem um presidente feito o Bolsonaro e um governador feito o Dória […] Ele (Bolsonaro) cometeu crimes de responsabilidade e vai responder depois do mandato. Nós não vamos perdoar os crimes que ele cometeu, mas nós temos que saber que daqui as eleições nós vamos ter muito trabalho para garantir a vitória do Lula e a derrota do Dória aqui em São Paulo”, refrisou.
Para o Estado de São Paulo, Haddad salientou que existem muitas questões importantes e urgentes para serem vistas, mas que existem duas que são centrais. Uma delas é educação e a outra é trazer indústrias de alta tecnologia para o território paulista.
“São Paulo é um país. Amador aqui não vai resolver o nosso problema. Nós precisamos de uma equipe boa, forte e capacitada. Nós precisamos ouvir as lideranças das comunidades. Nós precisamos aproveitar essa geração de pobres, pretos e periféricos que entraram nas universidades públicas e particulares pelo PROUNI e que podem servir às cidades, ao estado e ao país. Abrir a porta da universidade foi um passo, quebramos um cadeado, mas precisamos quebrar outros cadeados que temos pela frente. Os próximos são mercado de trabalho e serviço público de qualidade. Aí vamos pegar essa juventude que conseguiu por mérito, porque tiveram nota no ENEM, para ajudar a reconstruir o país. E não é voluntariado não, é exercendo cargo de direção”, disse.
Questionado pelo Jornal Na Net sobre Taboão da Serra ter o maior adensamento populacional do país e como seriam as políticas adotadas pelo governo estadual em relação à moradia, Haddad defendeu a regularização fundiária.
“Sem produção de moradia, nós estamos fritos. Sem regularização fundiária, nós estamos fritos. Nós temos que regularizar, fazer esse movimento de regularização fundiária e adotar políticas públicas de produção de moradia. Produção de moradia vai ajudar em dois aspectos. O primeiro gera emprego. A construção civil gera muito emprego. E o segundo é que você quando dá um teto para uma pessoa, não é que a vida dela está resolvida, mas está bem encaminhada. Porque o aluguel sangra o orçamento familiar […]. Nós, quando fizemos o plano diretor em São Paulo, derrubamos em 50% o valor do apartamento. Você não conseguia comprar um apartamento em São Paulo por menos de R$450 mil, hoje você compra por R$250 mil”, reforçou.
Logo após o encontro com a imprensa e os militantes do partido, Haddad foi recebido na prefeitura de Taboão da Serra pelo prefeito Aprígio (Podemos), secretários municipais e vereadores. Entre a base da conversa destacaram-se dois pedidos. O primeiro deles foi a conclusão da extensão da Linha 4-Amarela do metrô até Taboão da Serra, que há anos é prometida para a região. Além disso, também foi solicitado que o governo estadual faça mais pontes com o município e escute as demandas da cidade.
O ex-prefeito de São Paulo, defendeu que na política, as necessidades da população precisam vir antes de questões partidárias e todas as demandas do município precisam ser atendidas. “A realidade de cada cidade, ela é própria. Ela precisa ser compreendida […]. Nós temos um apreço muito grande pela agenda municipalista […]. Podemos construir políticas em parceria com os municípios. Fomentar o diálogo entre os municípios. O governador precisa querer trabalhar, fazer planos de curto, médio e longo prazo. Estabelecer metas. O que tem de candidato profissional neste país é brincadeira. Ganhar eleição dá trabalho, falta muito trabalho conjunto no estado”, disse.
Em relação a linha amarela chegar em Taboão da Serra, o político disse que “ela está na conta” e que é essencial garantir mobilidade para a população em uma região que é carente desse tipo de serviço. Haddad garantiu que vai estudar o tema e que o planejamento é necessário para que não haja promessas do que não pode ser cumprido.
“A pior coisa é prometer as coisas e não entregar. Nós vamos botar no papel o que é possível entregar em 2 anos, 4 anos”, falou.