Vice-prefeito Buscarini fala sobre rompimento com Aprígio e se diz indignado

O vice-prefeito de Taboão da Serra, José Vicente Buscarini (PSD), falou sobre o rompimento com o prefeito José Aprígio (Podemos) nesta quarta-feira, 22, numa coletiva. Buscarini negou que estivesse “de olho na cadeira de prefeito” e acusou Aprígio de estar “desequilibrado”. Tachou a atitude do prefeito de covarde e desrespeitosa. Também antecipou que não vai abandonar suas funções de vice-prefeito, porém não soube detalhar como vai atuar, mas garantiu que vai trabalhar e estar na rua ouvindo a população. Buscarini deixou claro que as rusgas entre ele e o prefeito se estendiam desde a campanha.

Apesar de admitir que não é possível haver reconciliação entre ele e o prefeito, Buscarini disse que não fará oposição acirrada ao governo. Sem dar detalhes, ele disse ter tomado providências para garantir sua tranquilidade e segurança. O vice reclamou das exonerações de pessoas do seu grupo político e defendeu amplamente a competência deles.
Buscarini atribuiu os boatos citados por prefeito Aprígio para justificar o rompimento a pessoas "linguarudas" que cercam o prefeito.

“As pessoas linguarudas que ele citou são ligadas a ele. Todos nós fomos pegos de surpresa. O cidadão é mentiroso, é desequilibrado .Precisa de tratamento psiquiatrico”, analisou.

O vice reclamou que estava incomodado há tempos com o fato do prefeito não o comunicar sobre os acordos políticos feitos. Ele citou, inclusive, o apoio firmado entre Aprígio e o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos). Buscarini também negou que tenha se aliado ao ex-prefeito Fernando Fernandes (PSBD) e deixou claro que não irá fazer isso.

“O meu relacionamento com o senhor Fernando Fernandes é zero e o senhor Aprígio sabe disso. Ele (Aprigio) é hoje um cidadão mentiroso. Ele me acusou de estar fazendo gestão de um golpe. Eu não converso com o Fernando Fernandes desde 2008. Faz 13 anos que eu não converso com o Fernando 10 minutos de política. Eu encontrei com o Fernando em alguns eventos sociais esporadicamente em ano eleitoral e falei “bom dia” “boa tarde”. Até porque nenhum ex-prefeito ou políticos são meus inimigos. Eu não tenho inimigos políticos nessa cidade. Eu tenho adversários. Mas eu não preciso de autorização do Aprígio para conversar com ninguém. Tenho 68 anos sou emancipado”, disse.

À imprensa, o vice-prefeito disse que na política devem existir adversários e não inimigos. Buscarini mostrou-se bastante ressentido. Enfatizou que Aprigio não ganhou a eleição sozinho. Afirmou que continuará trabalhando, indo às ruas e lutando, principalmente, pelo funcionalismo público.

O vice disse que o sentimento predominante em relação ao rompimento é indignação. Ele reclamou bastante de ter sido chamado de mimado e vaidoso pelo prefeito. Além do fato de ter sido “exposto” na frente da esposa e dos vereadores, quando o prefeito o chamou para concretizar o rompimento.

“Um ato covarde do senhor José Aprígio. O destempero desse cidadão que lamentavelmente vive às sombras. Ele está realmente desequilibrado e ele fez com que outras pessoas participassem (reunião). Ele me expôs de uma tal forma, de uma forma covarde. E eu não estou acostumado a fazer esse tipo de política. Eu nunca fiz. E ele tem esse hábito de covardia”, falou.

Sobre as suas atividades na prefeitura, Buscarini afirmou que continua vice-prefeito até o dia 31 de dezembro de 2024 e que o seu mandato deverá ser respeitado pelo prefeito.

“Eu fiz uma campanha eleitoral. Fui eleito pelo voto popular e tenho um compromisso na rua com os eleitores. Os votos do senhor Aprígio são os meus votos e os meus votos são os votos do senhor Aprígio. Então ele tem que entender que compromisso tem que ser honrado”, afirmou.

Buscarini classificou a reunião organizada por Aprígio para anunciar o rompimento como “um ato cafajeste”.
“Isso é coisa de um homem que não tem caráter. Que não sabe ser prefeito. Uma mente tão curta e estreita. Ele não sabe definir “lé com cré”. Hoje eu tenho dó do senhor Aprígio. Ele é um homem fraco e frágil”, disse.

Para Buscarini os embates entre ele e o Aprígio durante a campanha foram provocados por mentiras. “Quatro vezes eu tive a ideia de desistir e todas as vezes ele vinha atrás e dizia não Buscarini, pensa. Nós fomos derrotados no primeiro turno e o Aprígio fez uma aliança com o Eduardo Nóbrega que por sua vez veio com o apoio do prefeito do Embu. Eu havia perguntado a ele se ele tinha um acordo com o Ney Santos e ele disse que não. Ele escondeu de mim mais uma vez. Ele foi mentiroso. E eu não gostei dessa atitude. O meu rompimento com ele em janeiro e fevereiro se deu exatamente pelo mesmo motivo. Eu me ofereci para conversar com os vereadores e ele não me autorizou. Os vereadores que não eram da base. E eles vieram através do entendimento com o prefeito do Embu. Nós não precisávamos disso”, acrescentou. Antes de encerrar a coletiva Buscarini reforçou seu compromisso com o funcionalismo e assegurou que os servidores poderão continuar contando com ele.

“Eu faço a defesa do funcionalismo há muitos anos. Agora eu sou o guardião de todos os funcionários públicos, principalmente os funcionários concursados. Todas as pessoas que tiverem necessidade de conversar comigo, eu estarei aberto para conversar. Tragam as suas reivindicações. Se eu não puder chegar com ela até a prefeitura, eu me comprometo a entregar na Câmara Municipal. Portas de entrada nessa cidade não faltam. E se precisar, protocolamos no Governo do Estado, na Assembleia Legislativa, em qualquer lugar. Os funcionários podem ter certeza que tem um aliado cada vez mais forte”, finalizou.

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