Filhos pedem doação de sangue para o pai internado no HGP há mais de 100 dias
24/05/2021
São muitas as histórias de famílias que divulgam em suas redes sociais pedidos de doação de sangue para entes amados que estão internados e recebendo tratamento em hospitais. A luta, na maioria das vezes árdua, precisa de amor e esperança. Esperança essa que é encontrada no apoio, no cuidado e também em gotas de sangue, que são doadas por alguém que, muitas vezes, nem ao menos conhece o paciente. É o retrato da solidariedade em sua mais plena forma, que busca, unicamente, salvar vidas. Esse foi e é o caso de Wilson Portelinha, que há mais de 100 dias está internado no Hospital Geral do Pirajussara (HGP) após uma complicação em seu quadro de saúde decorrente da retirada de um câncer no intestino. Ele, que viu o hospital se transformar na sua casa desde 18 de fevereiro, conta com a ajuda, quase rotineira, de várias pessoas dispostas a doarem sangue e contribuírem com o seu tratamento.
Seus dois filhos, Matheus e Nathália, que acompanham a luta do pai e esperam ansiosamente pela sua alta, começaram a conhecer mais de perto a realidade dos pacientes que precisam de transfusão e a dificuldade desse procedimento durante a pandemia, onde os estoques de bolsa alcançaram um estado crítico, colocando em risco o tratamento de milhares de pessoas em todo o país.
Mediante a isso, eles iniciaram uma forte campanha nas redes sociais pedindo doação de sangue ao pai, mas também a outras pessoas que, na mesma situação de Wilson, dependem das transfusões para sobreviverem e vencerem o diagnóstico. Felizmente, ela teve um efeito maior que o esperado e centenas de pessoas procuraram os pontos de doação para, em um ato de solidariedade, levarem vida para esses pacientes.
“Tem sido muito bonito ver o carinho e preocupação dos amigos e familiares, cada vez que nos mandam mensagens pedindo informações sobre o estado de saúde dele. Nossa confiança está em Deus e na equipe médica quanto a sua recuperação, mas sabemos que cada doação é de extrema importância para conseguirmos ajudar outros pacientes que estão passando pelo mesmo que meu pai”, disse Matheus.
Wilson Portelinha precisa de sangue O+ e O- que podem ser doados com toda segurança e respeito aos protocolos sanitários, já que os pontos de doação foram todos estruturados para ter distanciamento social entre os doadores. Além disso, máscaras são obrigatórias, assim como o uso de álcool em gel.
Nathália, sua filha, faz questão de lembrar que quando uma pessoa doa o sangue para o seu pai, ela também está salvando mais 3 vidas, e que essa ação faz uma diferença enorme na luta que o paciente trava.
“?Algumas pessoas não sabem sobre o caminho que o sangue percorre depois da doação, podendo ajudar a salvar a vida de até 4 pessoas devido ao fracionamento dos chamados hemocomponentes: hemácias, plaquetas, glóbulos brancos e o plasma. Sem falar da logística para que o sangue recebido pelos hospitais possa chegar a quem precisa. Geralmente, quem precisa de sangue tem pressa e essa é uma consciência que meu pai sempre buscou nos ensinar por também ser doador”, falou Nathália.
Quem quiser doar sangue para ajudar no tratamento de Wilson Portelinha, que está internado no Hospital Geral do Pirajussara localizado na Avenida Ibirama, 1214, no Jardim São Judas Tadeu, precisa apresentar documento original com foto, ter boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos (menores de idade precisam de autorização dos responsáveis), pesar mais de 50 kg e não ser usuário de drogas. Além disso, mulheres grávidas, pessoas diagnosticadas com hepatite ou doenças sexualmente transmissíveis também não podem realizar doação.