Dia amanhece com greve dos metroviários e lotação do transporte público
A categoria dos metroviários, que vinha em constante negociação com o Metrô por melhores condições de salário, não aceitou a nova proposta apresentada na última terça-feira (18). Por esse motivo, a greve que foi prometida, se concretizou. Nesta manhã, as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata estão operando com capacidade reduzida. Já as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, que são privatizadas, estão funcionando normalmente.
A assembleia online para discutir se haveria greve ou não, contou com a participação de 3.162 servidores, onde 2.448 votaram favorável pela paralisação. Cerca de 88% dos participantes não aceitaram a nova proposta apresentada pelo Metrô.
Em nota, o metrô disse que “enquanto milhares de trabalhadores perdem seus empregos ou têm suas rendas diminuídas, o Metrô mantém salários e benefícios acima da média rigorosamente em dia. Apesar do prejuízo de R$ 1,7 bilhão no último ano, o Metrô ofereceu um reajuste de 2,61%, além da manutenção de diversos benefícios muito além dos exigidos pela CL".
Já a Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, que vinha tentando abrir negociação, lamentou o ocorrido e disse não concordar com a decisão, ainda mais em um momento difícil como o que o país vive.
Confira na íntegra a nota da Secretaria:
“O Metrô de São Paulo fez uma proposta de acordo salarial aos seus empregados muito acima do que é praticado no mercado de trabalho e previsto na legislação trabalhista. O sindicato certamente vive em uma realidade diferente do restante do país, que sofre com desemprego, perda de renda e fome. O Metrô manteve todos os serviços e seus empregados, apesar do prejuízo de R$ 1,7 bilhão no último ano e de mais de R$ 300 milhões no primeiro trimestre de 2021.
Ainda assim, o Metrô ofereceu a manutenção de diversos benefícios, muito além dos exigidos pela CLT, como o pagamento de vales Refeição e Alimentação, Previdência Suplementar, Plano de Saúde sem mensalidade, hora extra de 100% (CLT determina 50%), adicional noturno de 30% (CLT determina 20%), abono de férias em 40% (CLT determina 1/3), complementação salarial para afastados e auxílio creche/educação, dentre outros.
Reivindicar novos aumentos salariais e de benefícios, punindo a população com a paralisação do transporte público e deixando milhares de pessoas que cuidam de serviços essenciais, como saúde e segurança sem transporte é uma atitude desumana e intransigente. Lamentamos muito que isso esteja ocorrendo e iremos trabalhar para oferecer o melhor transporte possível aos cidadãos. Liminar da Justiça do Trabalho determina manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico e 60% nos demais horários, sob pena de R$ 100 mil diários."