Com a pandemia, moradores de Taboão da Serra apostaram no próprio negócio

Por Mariana Félix | 13/05/2021

Há mais de um ano vivendo na pandemia e sem previsão de sair dela, as pessoas precisaram se reinventar. Em Taboão da Serra muitas pessoas perderam o emprego formal e precisaram apostar no próprio negócio para ajudar a família.

A equipe do Jornal na Net entrevistou alguns munícipes e conheceu um pouco do trabalho de cada um.

Aline Amorim, 33 anos é contadora e moradora do Intercap, e perdeu o emprego em um escritório de contabilidade em Setembro de 2019, atualmente ela faz marmitex para vender e diz que consegue mais dinheiro do que com o emprego de carteira assinada “é um desafio, com a carteira assinada a gente tem estabilidade, mas, aqui em casa com o meu próprio negócio eu consigo acompanhar meus filhos na escola ead e as vezes ganho mais do que ganhava no escritório”.

Muitas empresas fecharam as portas ou reduziram gastos. Segundo o IBGE o Brasil encerrou 2020 com mais de 13 milhões de desempregados e a taxa de desemprego aumentou em 19%.

Gustavo da Silveira, 38 anos, mora no Jardim Helena e foi demitido em janeiro de 2021 e agora lava carros no seu quintal, o dinheiro que ganha ajuda sua mãe nas despesas. “Eu fiquei sem chão quando fui demitido, tinha muita conta pra pagar e pensei, como vou sobreviver, como está difícil arrumar emprego eu resolvi lavar carros no meu quintal, no início falaram que eu ia gastar água atoa e aumentar o desperdício, mas já tenho clientes fixos, meus vizinhos sempre deixam aqui para eu dar uma lavagem simples, graças a Deus tenho conseguido dinheiro para ajudar aqui em casa”.

6 em cada 10 famílias em Taboão da Serra perderam alguém vítimas de Covid-19, a cidade tem 663 vítimas fatais da doença desde o início da pandemia.

Elizabete Cristina, 45 anos mora no Salete e era cuidadora, mas, a Covid-19 levou os dois pacientes que ela cuidava. “Eu cuidava de um casal, um sobrinho visitou eles e acabou passando o vírus, os dois pegaram e os dois faleceram, o senhor ainda ficou entubado 21 dias mas não resistiu, é muito triste, eu cuidava deles há 7 anos, além do salário que perdi eu perdi pessoas queridas” atualmente Elizabete faz bolos sob encomendas e é assim que ela tem se sustentado. “Os bolos viraram minha terapia, eu sempre gostei de fazer mas preferia os idosos, quando aconteceu a fatalidade eu fiz um curso on-line, me aprimorei mais em algumas técnicas agora e assim que tiro meu sustento".

A cidade tem seguido o plano de Vacinação do Governo do Estado e atualmente tem vacinado idosos acima de 60 anos, profissionais da educação e pessoas com comorbidades. Mais de 64 mil doses já foram aplicadas em seus munícipes, sendo 41.994 primeira dose e 22.366 a segunda dose.

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