Mulher presa por abandono de incapaz acusa Conselheira Tutelar de Itapecerica de ser traficante de crianças
Uma moradora e conselheira tutelar de Itapecerica da Serra vem sendo acusada nas redes sociais de ser traficante de crianças e de falsificação de documentos ilegais no conselho. Tudo começou após uma senhora conseguir a guarda provisória de uma criança que teve a mãe biológica indiciada por abandono de incapaz no Ceará. A mulher, que saiu da cadeia há mais de um ano, quer o filho de volta e vem acusando a conselheira de ter arbitrado contra ela na Justiça e ter traficado o seu filho. Já a senhora que ficou responsável pela guarda que foi concedida pelo juiz, também é chamada de sequestradora.
Essa história começou anos atrás quando a mãe biológica costumava deixar os seus filhos para que uma senhora cuidasse enquanto ela saía para baladas. Nessa época, a mesma morava em Itapecerica da Serra e as duas eram conhecidas. A senhora era responsável também por acompanhar a vida estudantil e a saúde do menino através de uma declaração assinada pela própria mãe. A relação dos dois era de muito carinho.
Após algum tempo, a mãe biológica decidiu ir embora para o Ceará e levou as crianças junto com ela, inclusive o menino, o qual a senhora tinha imensa ligação. Passado um tempo, ela foi presa na cidade de Poranga- CE em dezembro de 2019 por abandono de incapaz após sair para beber e deixar as duas crianças menores de idade sozinhas. Ela já estava sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar do município por negligência e foi presa em flagrante. Meses depois, pagou fiança e foi liberada.
Mediante a essa situação, a senhora ficou sabendo da história e foi indicada pela avó das crianças para buscá-las em Poranga com o conhecimento do Ministério Público do município.
Quando a senhora voltou para Itapecerica, ela conseguiu, por meio de juízo, a guarda provisória do menino. Já a mãe biológica, depois de sair da prisão, ficou um ano sem procurar ou querer saber de notícias dos filhos. Depois ela reapareceu e afirmou que a conselheira tinha arbitrado contra ela na Justiça para perder a guarda do filho. Na época, a conselheira que atuava no bairro Jacira, não sabia quem ela era, somente tinha conhecimento que a mesma estava presa.
A conselheira tutelar acompanhou o caso da criança e também chegou a atender a mãe. Desde então, ela entrou na mira da mesma e vem sendo caluniada nas redes sociais e chamada de traficante de crianças, enquanto a senhora que sempre a ajudou, é denominada como sequestradora.
A respeito do documento que a mãe biológica alega ser ilegal, a conselheira tutelar , afirma que o termo de responsabilidade não é definitivo, não pode ser utilizado como uma semi-guarda e não é para ser renovado. O documento só é dado quando os pais ou responsáveis agem de maneira negligente, assim, recebendo um termo.
Todos os documentos, segundo a conselheira, provam que ela e a senhora estão falando a verdade. Documentos esses do Ministério Público, do Conselho Tutelar e até da Delegacia do Ceará, onde ela foi presa. Já em Itapecerica, o MP e a delegacia também estão cientes.
Outro lado
Em resposta ao Jornal Na Net, a mãe biológica das crianças afirma que está sendo vítima de uma grande mentira orquestrada pela conselheira e pela senhora que ficou responsável pela guarda do seu filho. Em sua defesa, ela diz que nunca deixou os filhos e a sua prisão no Ceará por abandono de incapaz foi uma grande injustiça.
“A senhora alegou que eu abandonei o menino pequenininho com ela. Isso é mentira. Eu tenho fotos, vídeos e testemunhas. Até esse papel que ela alega que eu assinei, eu não assinei. Eu tenho b.o e estou agindo pela lei”, disse.
A mãe registrou um boletim de ocorrência alegando que a declaração escrita em seu nome que autoriza a senhora a acompanhar a vida estudantil e a saúde do seu filho é falsa. Outro ponto dito pela mãe, em sua defesa, é que a senhora nunca foi madrinha do seu filho, como ela afirma.
“Tem muitas outras pessoas grandes envolvidas nisso. Outra mãe teve a filha arrancada com 3 meses de idade”, disse.
Segundo a mãe biológica, em conversa com outra pessoa que passou por atendimento com a mesma conselheira, descobriu que ela fazia vista grossa para caso de agressão dentro de uma creche, porque conhecia a proprietária do local.
O caso da guarda está correndo na Justiça e as três estão participando do processo. Até o momento, não há uma resolução definitiva sobre a situação