Estelionatário que seduz mulheres para aplicar golpes fez vítimas em Taboão e região

08/09/2020

Um estelionatário que usa aplicativos de relacionamento para seduzir mulheres vem agindo na região. Em cerca de 5 meses, pelo menos três moradoras da região alegam terem sido vítimas de golpes aplicados por Márcio Esquezaro, de 42 anos. A primeira delas, que  reside em Taboão da Serra, se envolveu com o estelionatário em março e desde então viu sua vida se transformar em um inferno. 

Ela conheceu o homem pelo aplicativo e o que era para ser uma história de amor, se transformou em um pesadelo. Após iniciar um relacionamento com a vítima, Márcio fotografou dados de sua identidade e até agora tenta fazer cartões de crédito e abrir pacotes em diversas empresas usando seu nome e o de sua mãe. 

“Ele aparentava ser uma pessoa maravilhosa. Cuidava da gente, era amoroso comigo e principalmente com meus filhos. Não tinha como desconfiar”, relatou a vítima. Depois de passarem um tempo conversando, os dois apresentaram às famílias e logo iniciaram um relacionamento. Devido à pandemia, o estelionatário passou a frequentar mais a casa da vítima. 

Ele se apresentava como funcionário de uma conhecida empresa de telecomunicações há 15 anos e o primeiro golpe foi quando ofereceu à mulher uma TV por R$ 500,00. “Ele me disse que a empresa estava trocando os equipamentos da unidade da Berrini e eles vendiam para os funcionários a preço de banana. Enfim, comprei a TV de 40 polegadas por 500,00 e ele disse que até o fim de abril traria. Chegou maio e nada”, relatou. 

Por conta da demora em trazer o aparelho, os familiares da vítima desconfiaram e procuraram informações sobre Márcio na internet até encontraram uma página em uma rede social relatando vários golpes aplicados por ele em outras mulheres. 

“Namoramos por quase 2 meses. E nesse tempo ele tirou fotos dos meus documentos e cartões de crédito. Pegou uma foto do meu celular do documento da minha mãe também. Imagino que ele tenha feito isso enquanto eu dormia porque nunca desconfiei de nada. Quando minhas irmãs me contaram, logicamente terminei com ele, só que o estrago veio depois”, disse. 

Após término, a vítima relatou que ele vem tentando abrir contas digitais, cartões de crédito, combos e empréstimos em seu nome. 

O mesmo golpe foi aplicado em um moradora de Cotia. Ela também conheceu Márcio pelo aplicativo no final de junho e o viu pela primeira vez durante um encontro no shopping. Após iniciarem um breve relacionamento, Márcio ofereceu a ela um celular em troca de R$ 600, mas, mesmo após o depósito do dinheiro, o aparelho nunca chegou. 

O homem também disse à vítima que conseguiria fazer um combo de internet, televisão e telefone vitalício por R$ 400 para ela e para um amigo, mas eles desconfiaram e desistiram da compra, no entanto, o dinheiro já tinha sido depositado. Ao todo, o prejuízo da moça foi de R$ 1000. 

“Ele não teve tempo de levar muito porque eu percebi logo, uma outra vítima me alertou. Eu nunca imaginei que ele fosse ser a pessoa que ele era, né?”, disse ela. “Ele ainda pede algumas coisas no meu CPF e no da minha irmã, então eu vou monitorando através do Serasa e outras coisas que eu vou cancelando conforme vão aparecendo”, completou. 

Com os dados das mulheres que ele enganava, Márcio faz outras vítimas. Ainda fingindo ser da empresa de telecomunicações, ele entra em contato com outras pessoas e oferece planos de TV, internet e telefone, que serão feitos com os dados das ex-namoradas e não dura muito tempo. Quando elas percebem os planos, logo cancelam e as pessoas que tinham comprado, perdem o dinheiro e ficam sem o pacote. 

As duas vítimas registraram boletim de ocorrência contra Márcio, no entanto, ele ainda usa seus dados para fazer pacotes e enganar outras pessoas. Além delas, outras mulheres que também foram e ainda são lesadas acabaram não prestando queixas por vergonha. 

Ele também já foi alvo de uma reportagem da Record aplicando outro golpe. Alegando ser recrutador da área de tecnologia de um hospital de São Paulo, ele oferecia vagas falsas de emprego e cobrava uma taxa de R$ 70 dos candidatos. Para passar credibilidade, ele usava o uniforme e o crachá de quando ainda era controlador de acesso do hospital. À época, ele foi preso e indiciado por estelionato, mas acabou sendo solto. 

Segundo apurou o Jornal Na Net, desde 2011 diversas pessoas prestaram queixas contra Márcio. Ao todo, já são 12  B.O.s de crime patrimoniais, entre eles furto, roubo e estelionato. Apesar do número de alto de denúncias, o homem ainda continua solto, aplicando outros golpes. 

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