Pais de alunos da região temem contaminação em massa com volta às aulas

22/07/2020

A decisão do governador João Dória (PSDB) de manter a previsão de voltas às aulas para o dia 8 de setembro tem causado preocupação entre os pais e responsáveis de alunos em Taboão da Serra e região. Com medo de uma “contaminação em massa”, muitos alegam que não pretendem mandar os filhos às escolas se o calendário escolar for retomado na data anunciada. 

Eu não vou mandar [minha filha para a escola]. Primeiro porque eu tenho noção do que pode acontecer e segundo valorizo a vida dos amigos e dos profissionais”, disse Margarete Cordibella ao Jornal Na Net. 

Além dela, outros diversos pais contrariaram a decisão. “Com certeza minha filha não irá para a escola. Prefiro que perca um ano letivo do que eu perder minha filha”, informou também a reportagem a taboanense Márcia Regina. 

Muitos alegam que só vão permitir a volta das crianças com a descoberta da vacina. “Meu filho e minha filha não vão até sair a vacina”, alegou Soares. Já a avó Suzy Paulo também disse que o neto “não vai enquanto não tiver vacina”. 

Além dos riscos que a doença pode oferecer às crianças e adolescentes, a preocupação também se estende para o risco de uma contaminação em massa entre os funcionários e até dentro de casa, o que faria com que o número de infecções e, consequentemente, de mortes, explodisse na região. 

“Só quem trabalha nas escolas sabe que será impossível conter a transmissão do coronavírus. Não temos funcionários suficientes para fazer a limpeza nas escolas. Eu só peço a Deus que nos proteja, pois com certeza teremos uma contaminação em massa”, falou Rosemeire Talló ao lembrar que em muitas escolas há mais muitos alunos convivendo na mesma sala e dividindo espaços como banheiro e pátio.  

Para alguns pais, o ano letivo está perdido e a sugestão é que os alunos comecem o ano que vem na mesma fase escolar em que estão. “Poderia reprovar esse ano e retornar normalmente no ano que vem, até porque essas aulas online não estão valendo tanto”, comentou Andrea Almeida. “Na minha opinião tinha que cancelar esse ano do calendário escolar e voltar ano que vem recomeçando de onde paramos esse ano em março”, relatou Roberta Gonçalves. 

Dória indicou no final de junho que as aulas poderiam retornar no dia 8 de setembro caso o Estado avançasse para a fase 3-amarela e permanecesse nela durante 28 dias seguidos. No entanto, uma reavaliação da data foi cogitada baseada em um estudo do matemático Eduardo Massa, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que estimava a morte de 17 mil crianças com a volta às aulas. 

A pesquisa, porém, foi divulgada com os números errados e a previsão é até dez vezes menor, ou seja, 1.557 poderiam falecer. Depois de esclarecido o erra, o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, informou que a volta às aulas para o início de setembro estava mantida, desde que os requisitos estabelecidos fossem seguidos. 

 

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