Moradores criticam sujeira em piscinão
Apesar de serem importantes na batalha contra as enchentes os piscinões incomodam a vizinhança. O mau cheiro decorrente da falta de limpeza deles traz uma série de transtornos para os moradores que vivem nas suas imediações. Além disso, problemas como sujeira, crescimento de vegetação, acúmulo de terra, e a proliferação de ratos e inseto são comuns em função da falta de manutenção.
A construção e a limpeza dos piscinões é responsabilidade do governo do Estado. Entretanto, frequentemente, essa responsabilidade é repassada às prefeituras que sem condições de realizar a limpeza e manutenção reclamam do abandono deles pelo governo do Estado. Em meio a essa queda de braço a população amarga as consequências em função do vizinho indesejado.
“Tem dias que sobe um mau cheiro insuportável que tira o sossego da gente”, revela a moradora da rua Siderópolis, no Jardim Sílvio Sampaio, em Taboão da Serra, Helenilda Santos.
Ela conta que o piscinão que fica na divisa entre o bairro e a capital paulista contribuiu para reduzir as enchentes e alagamentos na região anteriormente castigada. Mas, reclama que a falta de limpeza e manutenção transforma os piscinões em um verdadeiro pesadelo para os moradores do seu entorno.
Dona Maria Augusta conta que é difícil fazer as refeições quando o mau cheiro do piscinão está forte. Ela reclama que perde a tranquilidade quando isso acontece. “Se a pessoa está em casa é ruim. Se vai para a rua fica ainda pior”, observa.
Entre os seis municípios da região do Conisud, Taboão da Serra é o único que abriga mais de um piscinão. Por ser cortado pelo córrego Pirajuçara, o município tem cinco reservatórios, sendo de sua responsabilidade apenas o do Parque Pinheiros e da Portuguesinha. O córrego Pirajuçara tem aproximadamente 18 quilômetros de extensão e banha as cidades de Embu, Taboão da Serra e São Paulo. É afluente do canal do rio Pinheiros e pertence à bacia do Pirajuçara, com 7.224 hectares, sendo uma das maiores da região metropolitana.
A manutenção nos piscinões é de responsabilidade do Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica (Daee).O órgão garante que faz a manutenção dos reservatórios com frequência, mas admite que no período de chuvas não há como trabalhar na limpeza.
No site do departamento consta uma explicação dando conta de que as enchentes na região metropolitana de São Paulo são frutos da localização sobre um planalto com baixos declives, da ocupação foi feita de forma desordenada e desprovida de planejamento urbano e até do processo de urbanização que ocorreu a partir dos anos 60 que trouxe como consequência a impermeabilização do solo.
“Todo espaço retirado pela urbanização, antes destinado ao armazenamento natural das águas, ou seja, as várzeas dos cursos d'água, foram substituídas por novas áreas inundáveis”, esclarece o Daee, acrescentando, que a prática de canalizações dos rios e córregos, muitas vezes de forma radical, altera o comportamento das enchentes e não resolve o problema, uma vez que as cidades continuam crescendo sem planejamento, exigindo cada vez mais medidas para disciplinar e conter as águas.