Estudante de Taboão coleciona medalhas da OBMEP e faz história na matemática
Não é novidade que a matemática assusta e, por isso, é rejeitada por muitos. No entanto, com relação a ela, a trajetória acadêmica do taboanense Guilherme Zamponi Ramos é de impressionar qualquer um. O jovem, com apenas 18 anos, é colecionador de medalhas da Olímpiada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Ao todo, são 6, sendo 5 de prata e duas de bronze, sem contar as de outras competições. Os títulos conquistados na escola ajudaram o jovem a ganhar diversos cursos que o capacitaram para passar em um dos vestibulares mais difíceis dos país, a Fuvest. Hoje, Guilherme é estudante na Universidade de São Paulo e tem feito história com a matemática.
Seu amor pela matéria vem de muito cedo. “Eu desde muito pequeno sempre gostei e tive facilidade em matemática. Depois que ganhei a primeira medalha, comecei a fazer cursos que me ensinaram uma matemática diferente da que era lecionada na escola”, disse ele. A primeira medalha de Guilherme na OBMEP foi em 2013, quando estudava no 7º ano na Escola Estadual Laurita Ortega Mari, em Taboão, a qual classificou como “bem ruim”.
A primeira conquista do na época adolescente o motivou a ir mais longe. Por ter ficado em segundo lugar na Olímpiada, Guilherme ganhou passaporte direito para o Programa de Iniciação Cientifica Junior, o PIC, da própria OBMEP. Foi lá que ele conseguiu ter mais contato com a matemática e se encantar ainda mais por ela.
Nos anos seguintes, mais medalhas. Ainda no Ensino Fundamental, cursado agora na Escola Estadual Francisco D’mico, no Jardim Saporito, também em Taboão, foram mais duas pratas na OBMEP, em 2014 e 2015, totalizando três com a primeira, além de menção honrosa (menos que bronze) na Olímpiada Brasileira de Matemática (OBM) e prata na Olímpiada Paulista de Matemática (OPM) também em 2015.
No Ensino Médio, na ETEC Guaracy Silveira, onde ficou até o final do 1º ano até conseguir uma bolsa de estudos no colégio Objetivo da Paulista, novas medalhas chegaram. Novamente na OBMEP foi duas vezes bronze em 2016 e 2017 e prata em 2018. Na Olímpiada Brasileira de Física das Escolas Municipais (OBFEP) foi prata em 2016. Na Olímpiada Brasileira de Astronomia, foi bronze em 2016, ouro em 2017 e 2018. E na Olimpíada Brasileira de Robótica foi ouro em 2017 e prata em 2018, além de ter levado também em 2018 bronze na Olímpiada Paulista de Física e Prata na Canguru de Matemática.
“Eu não estudava para ir bem na prova. Fazia porque era legal aprender e me divertia nas aulas ao ver algo novo ou de conseguir fazer um exercício aparentemente muito difícil”, conta o jovem. Ao longo de toda a trajetória, Guilherme ainda fez diversos cursos na área. Além do PIC, participou da Preparação Especial para Competições Internacionais (PECI) em Brasília durante 15 dias, do Polo Olímpico de Treinamento Intensivo (POTI), do Curso de Astronomia no Ibirapuera e das aulas preparatórias para as olímpiadas na matéria no colégio.
Com tantas conquistas, o jovem explica que a matemática foi responsável pela maior delas: conseguir ser aprovado no vestibular da Universidade de São Paulo, tido como um dos mais difíceis do Brasil. “A matemática foi a que me tirou de uma escola pública ruim e me levou para a USP”, diz. Guilherme sabe a relação da maioria dos brasileiros com a matemática e explica. “Muitos a temem, pois acreditam que seja difícil. Todo esse medo vem da forma que é introduzida, de maneira decorativa, repetitiva. Sendo mal apresentado, os alunos se sentem ‘pressionados’ e que que não se encaixam nessa matéria”.
O jovem prodígio da matemática de Taboão, que já morou no Jardim Roberto, no Parque Pinheiros e agora mora no Jardim Helena, mas fica nos dias da semana no CRUSP, depois que terminar a graduação sonha em contribuir com a pesquisa na área e, quem sabe, passar adiante o que aprendeu sobre a matéria. “Eu penso em depois fazer uma pós-graduação e continuar estudando e ser um pesquisador e, talvez, um professor”, finaliza.