Itapecerica: PS do Jacira recebe críticas
A demora para atender uma paciente no Pronto Socorro do Jacira virou boletim de ocorrência na última quinta-feira, dia 20 de Janeiro. O caso foi registrado, após o vizinho de uma mulher levá-la ao PS e esperar por volta de 40 minutos para receber atendimento. “Após a mulher esperar para passar com o médico, o seu acompanhante, sem saber a quem recorrer, solicitou ajuda da GCM. Eu questionei o Doutor Evaldo sobre a razão de tanta demora. Ele então a atendeu, mas foi grosseiro com ela”, contou Domingues.
De acordo com ele, o atendimento só foi prestado após a enfermeira solicitar, diversas vezes, a ajuda da Doutora de plantão. “A doutora foi chamada pelo menos três vezes, mas não atendeu a paciente. O doutor Evaldo foi quem a atendeu”, concluiu.
Segundo denúncias, o atendimento do Pronto Socorro do Jacira é mesmo demorado. “Alguns pacientes demoram mais de 40 minutos para serem atendidos, isso acontece porque só trabalham um médico de manhã, um à tarde e outro à noite”, denunciou um paciente do PS.
Após as denúncias de pacientes e conhecimento do BO, a Reportagem do Jornal na Net procurou os responsáveis pelo PS na tarde desta quarta-feira, 26. De acordo com informações, o Pronto Socorro do Jardim Jacira atende centenas de pessoas por dia e conta com três médicos todos os dias, de manhã, tarde e noite.
“Por fazer divisa com a cidade de São Paulo, hoje o PS atende mais do que o dobro de pacientes, com a mesma estrutura de vinte anos atrás. Moradores de municípios vizinhos preferem passar na urgência daqui, pelo tempo de atendimento, cerca de 40 minutos, porque nos PSs do M’Boi Mirim e Capela, a espera para ser atendido é de 3 a 4 horas”, explicou Lucas Santos de Oliveira, diretor do Pronto Socorro.
Em relação à denúncia sobre a demora no atendimento, o Doutor Evaldo, técnico responsável pelo PS, informou que não houve demora e que a paciente só esperou o tempo habitual para passar pelo médico. “O que acontece é que muitos pacientes chegam ao PS achando que devem ser atendidos antes dos que já estavam esperando. Ela foi atendida sentada na cadeira de rodas e aguardou como os outros pacientes”, disse.
A Doutora Maria das Graças Barros, criticada pela demora no atendimento, afirmou que muitos pacientes não têm respeito pelos médicos e invadem o consultório, mesmo quando o médico está em consulta. “Aqui eles não respeitam. Os médicos de raízes conseguem trabalhar aqui, mas os novos não. Com esses seguranças que foram contratados para ficar no PS, desde o começo da semana passada, acredito que conseguiremos organizar melhor o Pronto Socorro”, finalizou.
Equipamentos do novo PS do Jacira
Inaugurado em junho, o prédio do novo Pronto Socorro do Jardim Jacira ainda não conta com os equipamentos necessários para o atendimento da população local, por esse motivo e também pela demora e desconforto no atual, a reportagem do Jornal na Net questionou Michele Sales, superintendente de saúde de Itapecerica, que em entrevista, afirmou que os equipamentos estão em fase de licitação.
“Por se tratar de equipamentos de várias espécies e diferentes complexidades, esse processo é demorado e precisa de um olhar técnico junto a Suprimentos. Com a conquista que a população teve com o novo prédio, não é justo que eu coloque equipamentos usados no local. Tudo precisa ser novo para que o paciente tenha o atendimento que merece”, justificou.
Em relação à demora no atendimento, Michele afirmou que está faltando nos médicos de hoje amor e cuidado ao próximo. “Os enfermeiros, funcionários da limpeza criam vínculos no PS e Hospitais. Já os médicos não, porque eles são dinâmicos, trabalham em um local e depois já estão em outro. Outros municípios também enfrentam a mesma dificuldade”, afirmou.
Para 2011, a meta, segundo Michele é a informatização da rede de saúde. “A ideia não é só ter computadores e sim uma rede interligada. Com isso conseguiremos visualizar a produção dos médicos, diminuir erros, acabar com a questão da caligrafia, produção de vacina, diminuir telefonemas, fluxo de papeis, tempo de espera de pacientes e aumentar a agilidade no atendimento. Além disso, o paciente que pegar uma guia em uma unidade, já não conseguirá pegar a mesma guia em outra, porque passará a constar no sistema. Isso também inclui remédios adquiridos no posto e por fim, acabará com as guias. Essas informações serão encaminhadas para o NIAC (Núcleo de Informação, Avaliação e Controle) e serão analisadas como produtividade da pasta da Saúde da cidade”, pontuou.
Medicamentos
De acordo com a Superintendente de Saúde, Michele Sales, a cidade disponibiliza para os pacientes muitos medicamentos, mas alguns precisam ser comprados. “Hoje os remédios que custam caro na farmácia convencional podem ser encontrados por R$ 0,40 na Farmácia Popular. A cidade conta com esse serviço que ajuda os moradores que não têm condições de comprar esses medicamentos”, finalizou.
O programa “Farmácia Popular” facilita o acesso a uma lista de 97 medicamentos classificados como essenciais, além de preservativos masculinos. São remédios de atenção básica que atendem cerca de 80% das doenças que atingem a população. Os produtos das Farmácias Populares representam mais de 2 mil apresentações disponíveis no mercado. Os medicamentos podem ser comprados em preços acessíveis que variam de R$ 0,28 a R$ 10,00.
Hipertensão, diabetes, úlcera gástrica, depressão, asma, infecções e verminoses são exemplos de doenças que os medicamentos são encontrados nessa farmácia. Também estão disponíveis produtos com indicações para os quadros de cólicas, enxaqueca, queimadura e inflamações, além de anticoncepcionais.
Serviço:
Farmácia Popular de Itapecerica da Serra
Rua: São Paulo, 35 – Centro (Próximo ao Supermercado Compre Bem)
Telefone: (11) 4668 2209