Câmara abre processo de investigação e prefeita de Embu-Guaçu pode ter mandato cassado

A cidade de Embu-Guaçu vive um momento de tensão política. Os vereadores da Câmara Municipal aceitaram de forma unânime na sessão da última terça-feira, dia 4, a denúncia de infração político-administrativa contra a prefeita Maria Lúcia. Agora ela passa a ser investigada por uma comissão processante, formada pelo vereador Carlinhos (PRB), Renato Marcelino (PSDB) e Ester Schunck (MDB), que pode culminar na cassação de seu mandato.

Maria é acusada de nomear duas vezes como secretário de forma irregular seu marido, Walter Marques, que foi ex-prefeito da cidade entre 2001 e 2008. Ele perdeu o direito de exercer cargos públicos após ser condenado improbabilidade administrativa por superfaturamento e hoje está preso.

Walter do Posto, como também é conhecido, foi designado para a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos em janeiro de 2017 e, em feverereiro do mesmo ano,  foi mandanto para a Secretaria Municipal de Administração, pasta criada apenas para nomeá-lo, segundo consta na denúncia feita pelo Sindicato dos Funcionários Públicos de Embu-Guaçu.

“É nossa obrigação, com tantos indícios, com uma denúncia tão bem formulada, abrir comissão processante”, disse o vereador Lissandro Cássio, do PSD. “Que possamos hoje usar dos nossos cargos, usar do nosso poder em prol da população”, ressatou Carlos Shyton. Ele e Lissandro foram os únicos vereadores a votarem favoráveis ao recebimento quando a primeira denúncia chegou a Câmara, em fevereiro deste , mas acabaram perdendo.

O vereador Santana, do PSD, também subiu à tribuna e disse que por diversas falou à Maria "que 'esse caminho, não é o caminho correto. A senhora confiou a alguns secretários cargos importantes e a não toma providência’. E hoje nós acabamos de ler uma denúncia de que grande parte do ocorrido foi praticado por pessoas de fora”, relatou.

Ainda conforme aponta o documento, Walter “passou a praticar atos de gestão como ‘prefeito de fato’, enquanto a representada exercia mero papel coadjuvante”, tendo ele “exercido forte influência no início desta gestão [...], interferindo decisivamente na escolha dos fornecedores do município”.

A prefeita também é acusada de contratar serviços de forma irregular para beneficiar funcionários da prefeitura. A denúncia indica que deveria ter sido feito processos licitatórios, no entanto, eles não ocorreram.

 

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