Família de idoso acusa Viação Pirajuçara de omitir socorro; empresa nega

23/05/2019

A família de um idoso de Taboão da Serra acusa a Viação Pirajuçara, uma das empresas que administra o transporte intermunicipal da cidade, de omitir socorro a seu pai depois que o eixo do coletivo se rompeu e causou uma grande pancada dentro do ônibus na rua Antônio Oliveira Salazar, no Jardim São Salvador, na última sexta-feira, dia 17. A empresa, no entanto, disse que o motorista chegou a oferecer socorro, mas os passageiros machucados pediram para não acionar o SAMU.

Os familiares do idoso, de 74 anos, procuraram a reportagem e disseram que senhor “aguardou mais de uma hora com a mão ensanguentada e o motorista não chamou o SAMU”. Um outra passageira também teria se machucado.

“Meu pai foi recentemente operado dos rins e sofreu um grande baque. Está cheio de hematomas, com clavícula trincada, e a empresa removeu o veículo sem ao menos fazer perícia, sem chamar a polícia, pois houve vítimas”, disse indignada uma filha do idoso.

Ainda conforme relatou, ele foi socorrido pelo filho, e a gestante que também teria passado mal foi socorrida pela ambulância do convênio depois de assim ser orientada pelo condutor.

Após receber atendimento médico, um representante da empresa foi até o Pronto Socorro visitar o senhor. "[Ele] disse que ia dar assistência [...] Não queremos indenização nem nada, apenas que os fatos sejam expostos porque o socorro às vítimas é o primeiro procedimento a ser feito”, relatou ainda.

A reportagem procurou a companhia, que respondeu por meio de nota. Além de dizer que o motorista ofereceu socorro, a empresa afirmou que episódio se tratou de um incidente, não acidente, e, por isso, o B.O. não foi elaborado pela empresa, pois deve ser feito pela vítima. Eles também explicaram que o problema foi ocasionado por uma falha mecânica e que o carro estava com a revisão em dia.

Confira abaixo o posicionamento da empresa

O problema foi uma falha mecânica e não operacional, embora o carro estivesse com sua revisão em dia, pois mantemos controles rígidos de manutenção preventiva de toda a nossa frota e realizamos as manutenções corretivas à medida que os problemas surgem e são informados por nossos operadores. Não há necessidade de perícia, pois a peça que quebrou é facilmente identificada.

- com a quebra do eixo, dois clientes que estavam no interior do veículo se machucaram. Imediatamente nosso operador ofereceu socorro – como é norma da empresa e obrigação de conhecimento de todo motorista profissional, porém, os dois pediram para não acionar o SAMU, pois iriam ao pronto-socorro, acompanhados de familiares. Como eles estavam conscientes, podiam se locomover normalmente, tinham o direito de escolha; não podemos obriga-los.

- o senhor citado foi acompanhado por um homem que se identificou como seu filho. Salientamos que, durante todo o tempo em que ele esteve no pronto-socorro, até sua liberação para casa, nosso inspetor o acompanhou.

- o veículo só foi retirado do local, pois não havia vitima grave e nem outros veículos ou bens de terceiros envolvidos; pela legislação de trânsito, nessas condições, temos a obrigação de desobstruir a via.

- quanto à confecção de boletim de ocorrência, por não se tratar de acidente e sim incidente, compete à vitima fazê-lo para dar entrada na documentação para receber o DPVAT.

Salientamos que nossa empresa desde o início está em contato com as vitimas prestando todo o atendimento que nos compete.

Esclarecemos que a outra vítima confirmou que o nosso operador lhes ofereceu socorro e que ambos recusaram.

 

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