Mulher procura por suas irmãs gêmeas e diz que trio foi separado na infância em Taboão
Apesar de hoje morar em Osasco, no bairro de Quitaúna, a história de Renata Dias Pedroso começa em Taboão da Serra. Foi nesta cidade que ela e suas duas irmãs, Cláudia e Andréia, nasceram e foram separadas. Encontradas abandonadas em uma caçamba num bairro do munícipio, as trigêmeas acabaram sendo adotadas por famílias diferentes e, por isso, Renata perdeu o contato com as irmãs. No entanto, hoje, depois de 48 anos, busca encontrá-las.
A filha de Renata, Stéfani, há um ano iniciou uma mobilização na internet à procura das tias que nunca conheceu. Segundo disse, a mãe acredita que as irmãs ainda estejam próximas uma da outra porque foram adotadas por mães diferentes, mas da mesma família, ao contrário dela. A moradora de Osasco acabou indo para as mãos de “um casal humilde e sem herdeiros, que deu amor e carinho”.
Renata foi criada por Aurea Dias Cardoso e Nandico Dias Pedroso em São Lourenço da Serra e mantinha uma certa proximidade com as irmãs, que cresciam em Taboão. No entanto, as relações foram cortadas ainda na infância. Sua mãe adotiva morreu quando tinha por volta de seis anos. Já seu pai se foi cerca de um ano depois, deixando a pequena Renata sozinha.
“Já pegaram na mão dela, correram com as coisas. Ela estava em choque e não tinha reação e depois do falecimento do pai foi para desconhecidos. ‘A Renata, a partir de agora você vai ficar na casa da tia fulana’”, contou a filha. E assim foi.
Depois de aprender a fazer serviços domésticos ainda criança, a menina começou a trabalhar em diversas casas, indo aonde “precisassem”. Assim, o contato com as irmãs se desfez de vez e Renata nunca mais voltou a vê-las.
Na adolescência, uma família para a qual prestava serviços aconselhou a garota a estudar. E foi assim que ela voltou à sala de aula. De dia, fazia os afazeres. De noite, ia para a escola. Foi nessa rotina que Renata conheceu Eliseu, que a assumiu como companheira e a levou para Osasco. Quatro anos depois de se casarem, o casal teve Stéfani.
Muito tempo depois, Renata viveu um episódio que a fez relembrar das irmãs e trouxe esperança de ainda encontrá-las. Uma dia, enquanto voltava para casa, uma moça no trem encostou a cabeça seu ombro e a confundiu com uma das irmãs. “Cláudia?”, chamou ela. Renata não segurou as lágrimas e contou a enfermeira sua história. Na época, como ainda não tinha telefone, acabou perdendo contato com a moça e a chance de talvez localizar as irmãs.
“Já deveríamos ter procurado, mas minha mãe não gosta de falar do assunto”, disse Stéfani. A jovem decidiu ir atrás das tias depois que casou. “Eu nunca tive essa maturidade de procurar. Perguntava ‘por que as duas não procuram a gente?’. Só que a partir do momento que eu constituí uma família, eu vi a importância e a diferença que ela faz”, explicou.
A filha de Renata também informou que a princípio decidiu procurar pela família divulgando nas redes sociais. “Como a gente não tem nome completo, só temos uma data de nascimento em conjunto numa cidade, é difícil, mas creio que não seja impossível. Por conta daquela moça no trem, a gente imagina que elas ainda estejam por perto”, disse a jovem com esperança de conhecer a tias cujo rosto conhece, mas o jeito, ainda não.