Taboanense ganha prêmio de melhor direção de teatro do ano pela APCA

A jovem taboanense Naruna Costa, de 35 anos, foi agraciada pela Associação Paulista de Critícos de Artes (APCA) com um prêmio que elegeu sua direção na peça “Buraquinhos – ou o vento é Inimigo do picumã”, de 2017, como a melhor do ano.

O espetáculo ao qual Naruna dirigiu foi escrito por Jhonny Salaberg e conta sobre a vida de um menino da periferia de São Paulo que corre o mundo para fugir da violência policial. Na mesma categoria também concorreram Gabriel Villela por “Estado de Sítio” e Inez Viana que dirigiu “A Mentira”.

Naruna, que não tinha expectativa de ganhar, em entrevista ao Mural, da Folha de São Paulo, disse o quão importante foi levar esse prêmio para casa.

“Esse fato nos dá mais vida, afinal, foi escrito por um jovem negro, dirigido por uma mulher negra, todos de periferia, e ganhamos um prêmio da elite do teatro paulistano, como é o APCA. Nosso corpo é político”, explica.

Além dela, outro morador do Campo Limpo, bairro de São Paulo vizinho a Taboão, também foi premiado pela direção e coreografia do espetáculo "Bailarino", do grupo Gumboot Dance Brasil, que mostra a situação da pobreza no Brasil e dos trabalhadores das minas na África do Sul.

Assim como Naruna, o rapaz, também da periferia, fala sobre representatividade. É muito feliz saber que nós, artistas negros e periféricos, estamos ocupando este lugar [da premiação], porque a arte mesmo está em todo lugar, e pertence ao lugar em que os artistas quiserem”, declara ele também em entrevista à Mural.

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