Eduardo Nóbrega faz mea-culpa e pede paz; eleição da mesa diretora da Câmara será dia 4 de dezembro

Dissolveu, no sentido absolutamente literal, na sessão desta terça-feira, 23, os “lampejos de oposição” do vereador Eduardo Nóbrega. Ninguém soube explicar o motivo que fez o vereador levantar e acenar a bandeira branca, se desculpar de tribuna pelos erros, admitir derrotas recentes e até fazer uma autoavaliação, onde afirmou ter evoluído como político e como pessoa. A fala do vereador, que liderava o Bloco Independente, veio acompanhada com a notícia de que ele irá procurar o PSDB, no que pareceu uma tentativa de refazer o caminho de volta e tentar ser o candidato à sucessão do governo. Na mesma sessão onde Nóbrega dissolveu dentro da súplica de paz, o grupo de vereadores do chamado G8 (Joice Silva, Priscila Sampaio, Cido da Yafarma, Rita da Saúde, Johnantan Noventa, Paulinho, Moreira e Dr. Ronaldo Onishi) fizeram pacto público de união e anunciaram a eleição da mesa diretora da Câmara para o dia 4 de dezembro.

“Do ponto de vista municipal vejo que as eleições deixaram cicatrizes. O tempo vai demonstrar os erros e acertos. Entendo que muita coisa foi colocada e mesmo dentro de tudo errado que aconteceu é possível encontrar coisas boas, encontrar o crescimento. Da minha parte vou utilizar tudo que aconteceu para melhorar como ser humano e como parlamentar. Espero trazer novos exemplos dentro dessa concepção que coloquei aqui. É importante entender que as eleições passam... É a primeira eleição que vivemos dentro de uma nova composição do plenário. Temos hoje aqui um plenário que tem um membro da oposição, um grupo independente e um grupo da base do governo”, observou Eduardo Nóbrega em tom sereno de quem pede paz.

Ele disse que a partir da próxima segunda-feira os rumos serão definidos e antecipou que a primeira etapa será procurar o PSDB, para tratar do projeto seu político de disputar a prefeitura em 2020.

“Da minha parte tudo que passou servirá como ensinamento para que eu possa me formar como cidadão e é missão de todos buscar ser um cidadão melhor. As brigas e as discussões deixam marcas e cicatrizes que só o tempo pode apagar. Me desculpe aqueles que briguei. Me coloco à disposição para contribuir”, completou Nóbrega.

O pedido de paz de Eduardo Nóbrega foi de pronto aceito e muito pouco ou quase nada comentado. Nenhum vereador deu qualquer pista sobre as razões para Eduardo Nóbrega erguer e balançar a bandeira da paz no parlamento.

A vereadora Rita da Saúde entendeu o pedido de paz como “ato de grandeza” e chegou a pedir salva de palmas ao colega de bancada “por ele reconhecer que passou dos limites e que a Câmara tem que trabalhar pelo povo”.

O vereador Dr. Ronaldo Onishi avaliou que o pedido de paz de Eduardo Nóbrega, para ter validade, tem que ser acompanhado por ações de paz.

“Todo esse processo deixou feridas abertas e profundas. Mas, nada que o tempo não seja capaz de curar. Tivemos momentos difíceis e o mínimo que poderia haver era um pedido de desculpas. Mas, não posso deixar de me manifestar quanto a um assunto que não tem haver com o vereador Eduardo Nóbrega. Me dirijo ao seu irmão, Anderson Nóbrega, que tem todo o direito de discordar do que quer que seja, mas não vou aceitar ataques pessoais. A política é perfeita, seja à favor ou seja contra, mas quem quer respeito precisa respeitar. Não tenho problema nenhum quanto a isso. Se vier com ataque pessoal vai ser respondido toda terça-feira nessa tribuna”, avisou.

Numa fala cirúrgica, a presidente da Câmara, Joice Silva, descreveu o significado da paz. Reafirmou que não permitirá nenhum ato de violência contra si ou qualquer outra pessoa. Em igual medida, disse que não vai compactuar com nenhuma forma de política baixa ou suja.

“Fui a mulher mais votada da nossa cidade e da nossa região. Mas, esses votos não me fazem melhor do que ninguém. Devo respeito a cada vereador e exijo respeito de todos eles. Respeito é a peça chave, a palavra chave de uma boa convivência. Quanto temos respeito, respeitamos... Que a paz possa reinar e a gente continue trabalhando para melhorar a vida das pessoas de forma digna, justa, sem baixaria, sem ofensas e sem maldades. Não vou me calar e vou rebater toda forma baixa de machismo e ofensa isso tem que ser falado”, observou, antes de convidar todos para a 2ª Caminhada contra a Violência às mulher.

Também fizeram falas comentando o pedido de paz do vereador Eduardo Nóbrega os parlamentares Marcos Paulo, o Paulinho e Johnatan Noventa. Ambos aceitaram o pedido de paz e alertaram estarem preparados para travar qualquer guerra necessária.

"Não gostamos da guerra, mas jamais fugiremos dela e não vamos nos omitir", cravou Johnatan Noventa, vereador mais jovem da cidade, filho de Valdevan Noventa, deputado federal eleito por Sergipe.

A sessão desta terça-feira, 23, também foi marcada pela celebração da aprovação das contas da administração do vereador Cido da Yafarma, pelo Tribunal de Contas. Cido teve as duas contas de presidente aprovadas e segue apto para disputar qualquer cargo eletivo.

Na reta final da sessão os vereadores do chamado G8 comemoraram a unificação do grupo para a disputa interna da eleição da mesa diretora. Dentro do Legislativo a eleição da mesa diretora é um marco. No segundo biênio está diretamente ligada à reeleição dos vereadores, que voltam a centrar seus esforços para manter suas cadeiras no parlamento. Exatamente por essa razão é tão disputada e estratégica.

Vereadores Johnatan Noventa, Rita de Cássia, Dr. Ronaldo Onishi, Joice Silva, Cido, Moreira, Priscila e Paulinho

“A eleição da mesa diretora será dia 4 de dezembro. Todo nosso grupo está unido e amadurecido para o processo”, finalizou Joice Silva.

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