Em visita a Taboão, Ciro diz que implementará Sistema Único de Segurança e que capacitará delegacias para atender mulheres vítimas de violência
O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que se for eleito pretende implementar um Sistema Único de Segurança para diminuir os índices criminais nos municípios e estados brasileiros. A declaração foi feita durante ato de campanha na manhã desta terça-feira, dia 11, em frente ao Poupatempo de Taboão da Serra.
Segundo afirmou, caso consiga revogar a emenda 95 - que impõe um teto para os gastos públicos-, o orçamento da Secretária Nacional de Segurança Pública (Senasp) será expandido “na proporção do que o problema de segurança virou de prioridade no Brasil” e que “a União Federal simplesmente não acompanhou”.
Do dinheiro, parte será destinado aos Estados sob a condição de aderirem ao programa, que visa unificar as estruturas de identificação e ofertar delegacias com um perfil único. O candidato também disse que deseja aumentar o número de delegacias 24 horas e, ainda, expandir o boletim eletrônico “para diminuir a demanda sobre as delegacias, já que muitos procedimentos não há a necessidade de fazer [o B.O. físico]".
Uma outra questão tratada por Ciro foi a violência contra a mulher. "É uma tendência grave, está crescendo muito no Brasil e nós não podemos fazer de conta que a mesma estrutura antiga vai dar resposta a isso", afirmou. Ele deseja futuramente capacitar todas as delegacias para que elas possam atender mulheres vítimas de violência. "66 mil mulheres foram estupradas no Brasil nos últimos 12 meses, e os especialistas me dizem que esse número deve ser maior, porque parte grande delas não se sente respeitada na delegacia nem sequer para registrar essa violência que sofreram", completou.
Em Taboão, por exemplo, segundo a Secretária da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), foram registrados 47 estupros de janeiro a julho de 2018, cerca de 96% a mais do que igual período do ano anterior, quando os casos chegaram a 24. Com as taxas de outros tipos de delito, o número de agressões contra a mulher é ainda mais alto no município.
O candidato também quer melhorar o trabalho das polícias, investindo em equipamentos, tecnologia e inteligência. “Polícia que funciona não é a de aparato, que mata pobre para matar bandido e que acaba constrangendo e aterrorizando os jovens por aí. Polícia boa é aquela equipada cientificamente, com tecnologia para se infiltrar, para mapear, para investigar e, aí sim, cortar a cabeça do crime organizado e das facções criminosas”, salientou Ciro.
O presidenciável ainda reforçou que é preciso imediatamente gerar empregos e que "vai enfrentar a desigualdade onde ela está" e que "o endereço da miséria no Brasil já não é mais só no Nordeste". "As periferias das cidades hoje impõem uma vida ao nosso povo que ele não merece”, finalizou.