Vereadores de Taboão retiram apoio à Analice Fernandes para apoiar candidatura de Hugo Prado
Os vereadores do PSDB de Taboão da Serra Eduardo Nobrega, Carlinhos do Leme, André Egydio, Érica Franquini e Alex Bodinho (PPS) anunciaram em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, 29, retirada do apoio à reeleição da deputada estadual Analice Fernandes, esposa do prefeito Fernando Fernandes. Os vereadores deixaram em bloco a campanha de Analice para apoiar a candidatura a deputado estadual de Hugo Prado, atual presidente da Câmara de Embu. Após o anúncio o grupo confirmou que vai eleger os próximos presidentes da Câmara e prefeito de Taboão da Serra, numa articulação com a participação direta do prefeito de Embu, Ney Santos. O racha dentro do PSDB de Taboão, partido com maior bancada na cidade, muda o cenário político na cidade e pode ter sofrer reflexos regionais.
Os cinco vereadores disseram que vão compor o Bloco Independente Harmônico (BIH). Segundo os vereadores, a ideia inicial não seria fazer oposição ao prefeito, apenas deixar de apoiar a candidatura da esposa dele, sem prejuízos à governabilidade e a perda dos espaços políticos. O grupo garantiu que o apoio a Hugo Prado não foi condicionado a nenhum tipo de negociação financeira ou de espaço.
Para retornar à base os cinco vereadores disseram que o prefeito Fernando Fernandes teria que aceitar três condições essenciais. A primeira seria pedir desculpas ao vereador Alex Bodinho, com quem o prefeito manteve uma acalorada discussão. A segunda, seria pedir desculpas a Eduardo Nóbrega por suposta discriminação pessoal e a última, porém mais decisiva: permitir que eles apoiem a candidatura a estadual de Hugo Prado.
Os vereadores relataram que os problemas no ninho tucano começaram em 2016 na eleição para presidente da Câmara. Os vereadores acusam o prefeito de lançar a candidatura a presidente de Carlinhos do Leme, mas de tê-lo abandonado após uma articulação feita pela deputada Analice Fernandes e o deputado Campos Machado, para assegurar a vitória da atual presidente Joice Silva.
“O que houve naquela eleição para presidência foi um trabalho sistemático para eleger o PTB”, assinalou Eduardo Nobrega, que ainda chegou a dizer que o mesmo aconteceu na sucessão municipal em 2004.
O vereador tucano, aliado histórico da família Fernandes, reclamou que em 6 anos de governo não houve nenhum presidente do PSDB na Câmara. Disse que na próxima disputa, o prefeito já tinha demonstrado preferência por outro nome que não faz parte do PSDB. Ele ainda reclamou que numa reunião recente a deputada Analice teria dito que o futuro prefeito da cidade estaria numa reunião onde só tinha três vereadores, apenas Rita de Cássia é do PSDB, mas não é candidata a prefeita.
“Esse grupo quer defender o PSDB. O nosso partido está sendo enfraquecido. Por isso nos unimos e vamos eleger o presidente da Câmara e o próximo prefeito”, completou Eduardo Nóbrega.
A vereadora Érica Franquini contou que há meses os vereadores do grupo estão sendo desrespeitados pelo governo. Citou que as solicitações não estão sendo atendidas.
“Só atendem a gente quando nós pressionamos na tribuna. A verdade é que não nos sentimos mais base do governo”, revelou.
Alex Bodinho, cuja discussão mais acalorada com o prefeito teria sido pivô do impasse na base tucana reclamou da falta de autonomia do grupo para escolher os candidatos a deputado federal. Ele foi o primeiro a fechar apoio a Hugo Prado.
Fato mais curioso da coletiva é que apesar de demonstrar total descontentamento com a atual gestão, os vereadores disseram que não farão oposição a Analice à reeleição.
“Aqui ninguém é ingrato, aqui ninguém disse que ela foi uma péssima deputada, pelo contrário, ela foi uma ótima. Agora, é uma questão de escolha e nós fizemos a opção de a região trazer um novo deputado juntamente com ela”, afirmou André Egydio.
Hugo Prado recebeu com sorriso aberto os vereadores que deixaram o ninho tucano. Ele parabenizou a coragem e atitude do grupo. Enfatizou que firmou com os vereadores um compromisso de pensar verdadeiramente o o desenvolvimento da região. Disse que não dá mais para falar em metrô se não há nenhuma previsão pelo governo do estado