Precisamos falar da copeira Dilma Silva Oliveira, sequestrada, estuprada e assassinada

Foram 6 dias de dor, angústia, medo e uma busca intensa que terminou na descoberta do corpo com sinais de estupro e estrangulamento. Nós precisamos falar sobre a copeira Dilma Silva de Oliveira, 45 anos. Precisamos lembrar a mulher, a esposa, a mãe de 5 filhos, a batalhadora que saía de casa as 4 da madrugada correndo, para chegar ao trabalho.

A vida de Dilma foi brutalmente arrancada do seu corpo pelas mãos de um homem cruel. Assassino frio, que usou o corpo dela do mesmo jeito que já tinha feito antes com outras duas mulheres, mas, mesmo assim continuou solto para sequestrar, estuprar e matar a valente copeira do Saint Moritz.

Dilma era forte. Corajosa. Os passos eram firmes. As imagens das câmeras de vigilância que captaram os últimos momentos da sua vida flagraram a rotina comum a todas as mulheres que acordam cedo e saem para trabalhar ou estudar. Os passos são apressados e a bolsa é carregada na frente do corpo. Vez ou outra é preciso olhar para trás e observar quem vem caminhando em sua direção.

Imagino quantas vezes Dilma sentiu medo andando sozinha de madrugada nas ruas onde passava. Imagino quantas vezes teve que andar mais rápido e até correr para fugir de algum homem ameaçador.

A maioria dos homens nunca pensa nisso, mas, quando uma mulher sozinha anda na rua ou na calçada e os percebe andando atrás de si sente medo, insegurança, pavor. Uma mulher simplesmente sabe que é vulnerável contra a força física masculina. Claro, nem todos são monstros assassinos, mas esse é o medo real com que as mulheres lidam diariamente.

Compreender essa realidade é essencial para entender a necessidade de proteger as “Dilmas” que todos os dias vão precisar sair de madrugada para o trabalho, mesmo com medo.

A gente precisa falar da Dilma, pensar na Dilma e agir para que nenhuma outra Dilma, nenhuma outra mulher seja sequestrada, estuprada e assassinada no caminho até o trabalho, até a escola, até a igreja, até o mercado ou qualquer outro lugar.

O monstro que matou a Dilma e os seus sonhos, destruiu a família dela, deixou o marido viúvo e os 5 filhos órfãos. Infelizmente, o monstro Tom não é o único. Monstros ignoram o valor da vida. Pensam iguais e agem iguais.

Poucos metros de onde o assassino monstruoso matou Dilma, uma outra mulher ainda luta contra as marcas da tentativa brutal de assassinato que sofreu do ex-marido, com quem ainda dividia a mesma casa. É preciso defender a vida. Devemos isso a Dilma Silva Oliveira e todas as outras “Dilmas” antes e depois dela.

Que a união em defesa da vida seja o legado da copeira Dilma, do Saint Moritz. Vamos apressar o passo, como ela fazia todas madrugadas para chegar ao trabalho, e, buscar com pressa paz para todas as mulheres.

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