Suicídio entre jovens ocupa a 4º posição na causa de mortes no Brasil

O número de suicídios no Brasil apresentou um crescimento gradativo entre os anos de 2000 e 2016. Neste período, o aumento foi de 6.780 para 11.736, o que representa alta de 73%. De acordo o Ministério da Saúde, jovens e idosos fazem parte do maior número de casos registrados no país.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta já é a segunda maior causa de óbito no mundo, entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o suicídio foi a 4ª causa de morte entre jovens da mesma faixa etária, ficando atrás da violência e acidente de trânsito no ranking.

O Sociológo Julio Jacobo Waiselfisz, que é responsável pela pesquisa Mapa da Violência no Brasil desde 1998, acredita que o número de casos de suicídio no país tem apresentado uma sutil estabilização nos últimos dois anos.

"Houve uma leve oscilação para baixo que ainda não pode ser considerada uma tendência de queda, pois é bem pouco significativa. Houve certa estabilização depois de um tempo de crescimento constante em todas as faixas etárias", afirma.

Nesse período, o suicídio aumentou consideravelmente em três estados: Roraima foi de 8,1 para 11,3 a cada 100 mil habitantes. Piauí, que passou de 2,8 para 10,1 em 100 mil habitantes e Rio Grande de Sul, que, segundo o sociólogo, sempre foi líder nessa questão no Brasil, apresentando o índice que foi de 10,1 para 10,4 a cada 100 mil pessoas.

Para o psicólogo Danilo Faleiros, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o suicídio se trata de um problema de saúde pública porque a incidência é alta e constante. “O suicídio existe em todas as sociedades e causa grande impacto na vida de muitas pessoas, dos familiares, dos amigos, dos colegas de trabalho. É custoso para todos”, ele diz.

O psicólogo também explica que são mortes passíveis de intervenção e que, na maior parte das vezes, podem ser evitadas. “Alguns casos escorrem pelas mãos da gente. São aquelas pessoas que não se manifestam sobre a ideia de suicídio ou não têm a oportunidade se manifestar, mas na maioria das vezes a morte pode ser evitada”, explica.

Segundo a cartilha Suicídio, Informando para Viver, da Associação Brasileira de Psiquiatria, apenas 3% dos casos não podem ser relacionados a alguma doença psiquiátrica. Para todos os outros, há tratamento – 36% dos suicidas apresentam distúrbios de humor e 22% transtornos por uso de substâncias psicoativas.

De acordo com o Ministério da Saúde, o maior índice de suicídio está entre os homens, com 79%. Porém, a maior incidência de tentativa de suicídio está entre as mulheres.

Apoio

O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e skype, 24 horas, todos os dias.
Para receber apoio emocional via internet acesse www.cvv.org.br ou ligue 188 ou 141


Fontes: R7 / Folha de São Paulo / Centro de Valorização a Vida / Associação Brasileira de Psiquiatria

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