Projeto Social incentiva o esporte e a prática da cidadania em Embu das Artes

Em Embu das Artes, a paixão nacional é usada como instrumento de inclusão de crianças e adolescentes ao esporte. Foi com esse objetivo que nasceu, há nove anos, a Associação Desportiva Alfa. Desde então, o projeto oferece, dentre outras categorias esportivas, aulas de futsal a cerca de 150 moradores da região e, além de incentivar a prática de atividades físicas, a Associação se destaca por despertar nos participantes a disciplina, a cidadania e o respeito ao próximo.

Segundo o presidente da Associação Luan de Souza, o projeto, que funciona aos sábados na quadra da Escola Escola Municipal Reynaldo Ramos Saldanha da Gama, atende crianças a partir dos 4 anos de idade, com treinamentos separados por categorias: “nós temos categorias dos 4 aos 8 anos , 9 e 10, 11 e 12, 13 aos 15, acima de 16 anos e também a categoria feminina”, ele explica e completa que, além do futsal, hoje contam também com aulas de violão, capoeira, jogos de ping pong, pebolim, dama, botão, entre outros.

Um dos responsáveis pelo projeto é o professor Edson de Goes, o Neno, que sempre teve o esporte presente em sua formação. “Tenho o maior orgulho de dizer que, por muitas vezes, tanto eu quanto os outros treinadores aqui do projeto nos sentamos no chão de uma quadra ou de um campo para ouvir um professor, isso fez parte da nossa formação e hoje, Deus nos capacitou para levar a frente o que aprendemos. Todos os valores que eu levei para a minha vida, eu aprendi no esporte!”, afirma.

Neno explica que as funções no futsal são divididas entre ele e mais dois professores, Luan e Mailson. “Nas demais atividades, os monitores são alunos do próprio projeto e isso é muito gratificante para nós, pois a dificuldade é grande para conseguir pessoas que queiram trabalhar voluntariamente e sem remuneração”, ele diz.

A Associação é sem fins lucrativos, então depende muito de ajuda externa, o que, segundo Luan, não é fácil: “Precisamos de ajuda porque o nosso projeto é social. Ainda não temos nenhum patrocínio fixo e ganhamos aquilo que pedimos. Geralmente recebemos muitos nãos, porém o sim que a gente recebe é aquele que faz toda a diferença para as nossas crianças”.

Neno completa: “Precisamos de coletes, uniformes para os jogos, remédios para as crianças. Gostaríamos também de oferecer um lanche para eles, mas tudo isso tem um custo. Tudo o que temos aqui é doação e nós temos que pedir. Então, às vezes, recorremos a um vereador ou deputado, a um empresário, um comerciante ou a pessoas da própria comunidade”, ele diz e conta também que faz um trabalho de arrecadação dentro do projeto, para comprar material esportivo para os alunos no decorrer do ano.

Aluna do projeto, em 2017 Júlia jogou pela Seleção Brasileira nos EUA

De acordo com Luan, vários alunos são bons de bola e se destacam no projeto, dentre eles Júlia Xavier de 13 anos. A jogadora fez um teste no Centro Olímpico, passou, ganhou um campeonato e teve a oportunidade de disputar a Copa das Nações no ano passado pela Seleção Brasileira, nos Estados Unidos. “Ela é da nossa comunidade e foi campeã nos EUA vestindo a camisa da seleção brasileira, representando o nosso projeto, o Centro Olímpico e o nosso país!”, comemora Luan.

Neno se refere a Julia com muito orgulho: “Para nós, do projeto, é pura satisfação e felicidade falar da Júlia. O futebol dela é mágico, tanto que ela está onde está não é por acaso, pois joga muito, é centrada no que faz e dedicada”.

Júlia conta que costumava freqüentar o projeto para assistir os irmãos jogarem futsal,e foi isso que despertou nela o desejo de fazer o mesmo. “A minha família me incentivou muito e, além deles, o Luan me incentivou a jogar e me ajudou a ir para o Centro Olímpico. Se não fosse por este projeto, eu não teria nenhuma chance de chegar aos EUA”, ela afirma.

Os organizadores do projeto acreditam que é possível fazer uma transformação através do esporte e, para Neno, a disciplina e as parcerias são muito importantes: “Quem tem disciplina, com certeza terá uma formação melhor, uma vida melhor. Nós trabalhamos em conjunto com a educação e com a sociedade e essa parceria somada ao esporte faz toda a diferença. Muitas pessoas perguntam o que nós ganhamos com isso e a resposta é simples: a satisfação de saber que estamos fazendo a diferença na vida desses alunos, que estamos fazendo o bem”, conclui.

 

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