Taboão da Serra começa a vacinar contra a Febre Amarela nesta segunda-feira, 18
As Unidades Básicas de Saúde de Taboão da Serra vão iniciar vacinação contra a Febre Amarela a nesta segunda-feira, 18, das 8 às 17 horas. A cidade está fora do mapa de risco da doença e não há registro de nenhum caso, mas a secretaria Municipal de Saúde resolveu antecipar o bloqueio ambiental da doença, de forma preventiva. O Estado disponibilizou para Taboão da Serra pouco mais de 40 mil doses da vacina. O público alvo preferencial são os moradores do Laguna, Intercap, Mirna, Recanto dos Pássaros, Monte Alegre, Jardim América e Pazzini, por estarem localizados perto de matas. O vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus.
“Vamos começar a vacinar para Febre Amarela em todas as unidades de Saúde. Neste momento, não é preciso correria para receber a vacina. A cidade está longe de áreas de risco, não temos registro da presença de expressiva população de macacos no município e nem da morte nenhum macaco positivo para a doença. A vacinação é preventiva”, afirmou a secretária de Saúde, Raquel Zaicanner.
De acordo com ela, a vacina contra a Febre Amarela só pode ser tomada uma vez e quem já recebeu a imunização em outra ocasião não deve repetir a vacina, sob pena de sofrer reação adversa. Para tomar a vacina é preciso ser maior de 9 meses e menor de 65 anos. Mulheres gestantes, ou as que amamentam não podem ser vacinadas. As pessoas alérgicas a ovo também não devem receber a vacina. O mesmo ocorre com as pessoas com graves deficiências imunológicas.
“Nem todas as pessoas podem ser imunizadas porque a vacina de um vírus vivo atenuado pode provocar reação muito forte, parecida com a doença. Quem já tomou a vacina e perdeu o comprovante também não precisa tomar. Agora quem vai viajar e precisa do recibo terá que tomar novamente, mas em Taboão não temos o certificado internacional de saúde. Aqui na região Barueri, Cotia e o Hospital Emílio Ribas possuem certificado internacional”, explica a secretária.
Além de ter pouquíssimas áreas de mata fechada Taboão da Serra tem poucos lugares onde pode ser registrada a presença de macacos. A cidade tem 100% de território urbano e graças a isso não dispõe das condições necessárias para a proliferação da doença: mata fechada e árvores altas onde vivem o mosquito transmissor da Febre Amarela.
Segundo a secretaria de Saúde Raquel Zaicanner a Febre Amarela urbana foi erradicada em 1942 e até o momento não há registro de contaminação em áreas urbanas. Mas, ela afirma que é preciso estar atento para evitar a doença, que pode ser altamente letal.
Dra Raquel lembra que a população não pode matar ou machucar os macacos já que eles não transmitem a doença e ainda ajudam a proteger os seres humanos na medida em que alertam sobre as áreas onde há risco de contrair a doença.
“É muito importante que as pessoas entendam que os macacos não são culpados pela doença. Muito pelo contrário, eles nos ajudam a descobrir a presença do mosquito Haemagogus, transmissor da doença. É fundamental que ninguém mate os macacos. Também é muito importante que se alguém encontrar um macaco morte informe a vigilância sanitária”, observou.
A secretaria lembra que a vacina contra a Febre Amarela deverá voltar ao calendário normal de vacinação. Ela orienta que antes de tomar a vacina os moradores devem evitar viajar para locais onde há risco de contrair a doença
Sintomas da Febre Amarela
A Febre Amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.
Casos de Febre Amarela 2017
Em janeiro de 2017, o estado de Minas Gerais começou a investigar 23 casos suspeitos de Febre Amarela. Além disso, suspeita-se que 14 óbitos podem estar relacionados à doença. O último surto de Febre Amarela no Brasil ocorreu entre 2008 e 2009, quando 51 casos foram confirmados.
A situação em São Paulo ganhou ainda mais apelo em depois da morte de macacos na zona norte da capital. Essa incidência de febre amarela fez com que o Ministério da Saúde disponibilizasse 1,5 milhão de doses extras de vacina para reforçar os estoques de São Paulo e atender o aumento na procura.
Nas últimas semanas, a morte de macacos com positivo para Febre Amarela em Itapecerica da Serra acendeu o alerta na região. Esse final de semana todas as unidades de saúde de Itapecerica realizaram vacinação contra a doença. A cidade vai manter a vacinação permanente nas UBSs até o fim dos estoques de vacina contra a doença.
As cidades de Embu-Guaçu, Juquitiba e São Lourenço também vão vacinar contra a doença.