Justiça de Itapecerica começa ouvir acusados no desvio de R$ 2,5 milhões na Câmara

A Justiça de Itapecerica da Serra começou nesta segunda-feira, 06, o julgamento de todos os réus acusados de participação no esquema, que segundo o Ministério Público (MP) desviou R$ 2,5 milhões das contas da Câmara Municipal no ano de 2013. O primeiro dia do julgamento foi intenso e os trabalhos seguiram até 22 horas, devendo ser retomado nesta terça-feira, 7, e com previsão de se estender até a sexta-feira, 10.

A maioria dos acusados foi presa no dia 27 de novembro de 2015 quando o MP deflagrou na cidade a Operação Redenção que teve a participação de 20 promotores e mais de 200 policiais da Rota. Esse é sem dúvida o maior escândalo da história recente de Itapecerica.

Ao todo 16 pessoas são acusados de participação no esquema de desvio. Entre os réus no processo de desvio da Câmara de Itapecerica estão os ex-vereadores Cícero Costa, Cléber Bernardes, Hércules da Farmácia, José Maria Rosa, Tonho Paraíba, Carlos Lombardi, Fabinho Gêmeos e Clóvis Pinto. Os ex-funcionários Jorge Issao Takeda, Fabiane Teles dos Santos e Eduarda Rosana dos Anjos Silva seriam os operadores financeiros do esquema de desvio.  

O julgamento está sendo comandado pela juíza Alena Cotrim, da 2ª Vara. As informações obtidas pelo Jornal na Net apontam que a magistrada determinou que todos os acusados devem participar da oitiva que dá início ao julgamento do processo.  

Relembre o caso
No final de 2014 um relatório do Tribunal de Contas do Estado apontou desvio de R$ 2,5 milhões na Câmara Municipal de Itapecerica. O fato provocou um imenso rebuliço na cidade. Os vereadores se apressaram em fazer auditória nas contas e pouco tempo depois as duas funcionárias acusadas de participar do esquema confessaram o crime. 

Durante quase um ano a Câmara recebeu vários protestos e quando ninguém mais acreditava que fosse acontecer alguma coisa o MP deflagrou a operação Redenção e literalmente sacudiu as bases da política itapecericana. Vereadores e ex-vereadores foram presos e ficaram quase 90 dias na cadeia. No retorno deles a Câmara se recusou a cassar os mandatos. Há quem diga que por conta disso houve renovação muito expressiva n Legislativo de Itapecerica. 


Restaurante, posto de gasolina, material de construção, farmácia e até mercados estão entre os estabelecimentos comerciais que teriam recebidos cheques da Câmara Municipal de Itapecerica da Serra, assinados pelo então presidente Cícero Costa e Jorge Issao, durante o período em que foram desviados R$ 2,5 milhões  da Câmara de Itapecerica. Somente um posto de combustível teria recebido R$ 100 mil ao mês. 

 Os comércios suspeitos de envolvimento no crime foram descobertos por meio da sindicância aberta logo depois que o Tribunal de Contas relatou erro nas contas da Casa. 

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