Depois de 72 horas acorrentada na Câmara de Taboão mulher deixa local por decisão da Justiça
Depois de passar mais de 72 horas acorrentada na Câmara Municipal de Taboão da Serra, em protesto contra exclusão de movimento de moradia, Joselina Maria Rodrigues Garcia, 55 anos, deixou o local no final da manhã desta sexta-feira, 05, quando um oficial de Justiça chegou ao local acompanhado de policiais militares e trazendo uma ordem judicial de reintegração de posse. Ao receber a notificação a mulher abriu o cadeado que prendia a corrente em volta do seu corpo a coluna de ferro do plenário da Câmara.
Após soltar a corrente ela gritou "liberdade" repetidas vezes. Disse que tinha ido lá lutar por direitos. Rezou. Beijou a cruz posta na parede do plenário e afirmou não estar louca. Depois saiu ajoelhada do plenário, desceu as escadas da entrada principal de joelhos e rezando. No final beijou o chão e disse que estava satisfeita com seu protesto.
Agora há a expectativa de que o movimento a reintegre para que possa receber o apartamento que reivindica.
Joselina passou três dias acorrentada em protesto contra sua expulsão do movimento de Moradia Bem Viver que fará a construção de 500 apartamentos no jardim Salete. Ela foi retirada da lista de benefíciários junto com outras 150 famílias e quer voltar a ter direito de receber o apartamento que será construído pelo programa Minha Casa Minha Vida.
Joselina se acorrentou na câmara durante a sessão da última terça-feira. Ela usou a tribuna para denunciar o movimento que a expulsou. Depois se acorrentou. Após isso o presidente da Câmara, vereador José Aparecido Alves, o Cido, registrou Boletim de Ocorrência para preservar a instituição. Também informou o fato à Comissão de Direitos Humanos da Alesp e ao Judiciário, onde ingressou com liminar de reintegração de posse.
A mulher recebeu a decisão judicial que a mandou desocupar a Câmara imediatamente com tranquilidade. Disse que havia prometido sair e em paz e assim o fez.