Moradores de Embu reclamam que saúde na cidade piorou com fechamento do PS Vazame e da maternidade

Por Sandra Pereira | 7/08/2016

A saúde pública de Embu das Artes vive seu pior momento das últimas duas décadas, segundo relatos de moradores da cidade ao Jornal na Net – curta aqui a página no Face. A população da cidade relata que com frequência recorre aos serviços das unidades de saúde dos municípios vizinhos para não morrer sem garantia de atendimento. Faz tempo que a saúde de Embu agonizava. Mas, segundo os moradores a situação só piorou com o fechamento do Pronto Socorro do Vazame e da maternidade municipal Alice Campos. A UPA vive dias de superlotação e denúncias de mal atendimento. No Pronto Socorro Central a situação é ainda pior. Quem busca atendimento por lá tem que esperar por horas seguidas. 

O PS Vazame virou hospital leito, apesar de todos os protestos e críticas da população. A maternidade municipal foi fechada para reforma após o prédio apresentar problemas em praticamente toda a estrutura física. O fechamento dos dois equipamentos de saúde aconteceu num intervalo menor que um ano. Os dois foram feitos pela prefeitura, sem questionamentos ou críticas por parte dos vereadores, que só acordaram para o problema depois que o povo passou a sentir na pele o descaso com a saúde. 

“A saúde de Embu faz vergonha. Não tem médico para atender as pessoas que precisam. As pessoas são tratadas como lixo. É uma falta de respeito. Nos postos a fila é muito grande e quase não tem médico”, denuncia Ana Paula Soares, moradora do Parque Pirajuçara, que espera há 8 meses para passar num ortopedista e há menos de um mês perdeu o sogro no PS Central. 

Revoltada ela conta que por todos os cantos de Embu moradores questionam como a situação da saúde, que já era crítica, ficou ainda pior. Sem alternativa, quem ainda tem condições paga para ter atendimento. Quem não tem literalmente agoniza no serviço público ou recorre a Taboão da Serra. 

“Quando eu quero passar no médico vou pro Taboão. O meu filho também passa no pronto Socorro Infantil de lá porque aqui não tem jeito. Não tem médico, quando tem médico falta remédio. Ai vou pra casa da minha prima em Taboão e passo lá”, revela Ana Lúcia Rodrigues, moradora do Santo Eduardo.

Ela conta que quando a UPA foi inaugurada pensou que a situação da saúde na cidade ia melhorar. Mas, segundo ela, nem mesmo a UPA, inaugurada em clima de festa pela classe política ajudou a melhorar a saúde de Embu. Os elogios que sobraram ao prefeito durante a inauguração faltam à qualidade do atendimento que é alvo de crítica diárias que precisa ser atendido na UPA.

O retrato da saúde de Embu tem duas faces. De um lado pacientes reclamam da falta de atendimento e do outro os servidores criticam a falta de condições de trabalho e chegam a denunciar até mesmo a má qualidade da alimentação servida a eles. Recentemente a reportagem do Jornal na Net recebeu denúncia dos funcionários do hospital leito do Vazame e da UPA, que alegaram ter sido obrigados a comer arroz, feijão e ovo por quase um mês.

Enquanto a população de Embu amarga a falta de atendimento em saúde a cidade vai gastar muito mais que as outras da região para manter o Poder Legislativo. A partir de 2017, Embu passará a ter 17 vereadores e vai se tornar o município da região com maior  número de vereadores e o que mais gasta para manter a Câmara, totalizando recebimento de R$ 7,1 milhões por ano. 

Cada vereador de Embu custa aos cofres públicos municipais R$ 35.050,08  ao mês. Somando o salário do vereador que é de R$ 10.021,17, mais os de seus três assessores chega-se ao montante de R$ 25.028,91. Por mês, os salários dos 15 vereadores e seus assessores totalizam cerca de R$ 525 mil. O custo adicional dos dois novos vereadores por mês será R$ 70 mil. Por ano a cidade vai gastar R$ 840 mil a mais com eles.  

Em Taboão da Serra os 13 vereadores rejeitaram aumento de salários e se recusaram a aumentar a quantidade de vagas na eleição de outubro. Em Itapecerica os 12 vereadores chegaram a pensar em aumentar o número de cadeiras na Câmara, mas desistiram por causa da forte mobilização popular. Embu já tinha aumentado para 15 o número de vereadores e aproveitou brecha na lei para ampliar ainda mais o aumento. Agora os moradores da cidade vão eleger 17 vereadores na eleição de outubro.

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