Moradores de Embu reclamam que saúde na cidade piorou com fechamento do PS Vazame e da maternidade
A saúde pública de Embu das Artes vive seu pior momento das últimas duas décadas, segundo relatos de moradores da cidade ao Jornal na Net – curta aqui a página no Face. A população da cidade relata que com frequência recorre aos serviços das unidades de saúde dos municípios vizinhos para não morrer sem garantia de atendimento. Faz tempo que a saúde de Embu agonizava. Mas, segundo os moradores a situação só piorou com o fechamento do Pronto Socorro do Vazame e da maternidade municipal Alice Campos. A UPA vive dias de superlotação e denúncias de mal atendimento. No Pronto Socorro Central a situação é ainda pior. Quem busca atendimento por lá tem que esperar por horas seguidas.
O PS Vazame virou hospital leito, apesar de todos os protestos e críticas da população. A maternidade municipal foi fechada para reforma após o prédio apresentar problemas em praticamente toda a estrutura física. O fechamento dos dois equipamentos de saúde aconteceu num intervalo menor que um ano. Os dois foram feitos pela prefeitura, sem questionamentos ou críticas por parte dos vereadores, que só acordaram para o problema depois que o povo passou a sentir na pele o descaso com a saúde.
“A saúde de Embu faz vergonha. Não tem médico para atender as pessoas que precisam. As pessoas são tratadas como lixo. É uma falta de respeito. Nos postos a fila é muito grande e quase não tem médico”, denuncia Ana Paula Soares, moradora do Parque Pirajuçara, que espera há 8 meses para passar num ortopedista e há menos de um mês perdeu o sogro no PS Central.
Revoltada ela conta que por todos os cantos de Embu moradores questionam como a situação da saúde, que já era crítica, ficou ainda pior. Sem alternativa, quem ainda tem condições paga para ter atendimento. Quem não tem literalmente agoniza no serviço público ou recorre a Taboão da Serra.
Ela conta que quando a UPA foi inaugurada pensou que a situação da saúde na cidade ia melhorar. Mas, segundo ela, nem mesmo a UPA, inaugurada em clima de festa pela classe política ajudou a melhorar a saúde de Embu. Os elogios que sobraram ao prefeito durante a inauguração faltam à qualidade do atendimento que é alvo de crítica diárias que precisa ser atendido na UPA.
O retrato da saúde de Embu tem duas faces. De um lado pacientes reclamam da falta de atendimento e do outro os servidores criticam a falta de condições de trabalho e chegam a denunciar até mesmo a má qualidade da alimentação servida a eles. Recentemente a reportagem do Jornal na Net recebeu denúncia dos funcionários do hospital leito do Vazame e da UPA, que alegaram ter sido obrigados a comer arroz, feijão e ovo por quase um mês.
Enquanto a população de Embu amarga a falta de atendimento em saúde a cidade vai gastar muito mais que as outras da região para manter o Poder Legislativo. A partir de 2017, Embu passará a ter 17 vereadores e vai se tornar o município da região com maior número de vereadores e o que mais gasta para manter a Câmara, totalizando recebimento de R$ 7,1 milhões por ano.
Cada vereador de Embu custa aos cofres públicos municipais R$ 35.050,08 ao mês. Somando o salário do vereador que é de R$ 10.021,17, mais os de seus três assessores chega-se ao montante de R$ 25.028,91. Por mês, os salários dos 15 vereadores e seus assessores totalizam cerca de R$ 525 mil. O custo adicional dos dois novos vereadores por mês será R$ 70 mil. Por ano a cidade vai gastar R$ 840 mil a mais com eles.
Sandra Pereira