Após tremores, aulas retornam na Escola Jardim Montesano em Itapecerica
26/09/2010
Depois de apresentar muitas rachaduras e sofrer dois tremores na última terça-feira a Escola Estadual Jardim Montesano, localizada na rua Oceania, próximo ao 25o Batalhão de Polícia, mostrada com exclusividade pela reportagem do Jornal na Net desde o começo do ano, teve as aulas retomadas normalmente no dia seguinte (quarta-feira).
Segundo relatos alguns alunos retornaram para a escola, mas os professores não estão dando aulas. “Os alunos comparecem na escola, mas alguns professores se recusam a dar aulas. Afinal não é possível de um dia para o outro a estrutura estar mais segura e não ter mais perigo de cair”, afirmou uma mãe de aluno que não quis se identificar.
De acordo com ela, os pais de alunos que estão inconformados com a situação e o descaso do Governo do Estado de São Paulo planejam nesta semana formar uma comissão para lutar pela segurança de seus filhos. “Nesta quinta-feira decidimos vir até a sessão da Câmara para pedir alguma solução, estamos com medo, sabemos que a estrutura da escola está cada dia pior e não compreendemos porque o engenheiro do Estado liberou novamente a escola sem tomar providências. Pelo menos temos o apoio dos vereadores Lombardi e José Maria”, explicou a mãe que não quis se identificar.
Em janeiro, a Defesa Civil de Itapecerica da Serra chegou a interditar o imóvel por alguns dias, mas um laudo emitido por um engenheiro do Estado concluiu que as rachaduras estavam dentro dos padrões de dilatação, e a escola iniciou normalmente o ano letivo depois do carnaval. Depois de retornarem as aulas, os alunos continuaram com muito medo e os pais inseguros. De acordo com os alunos as rachaduras continuaram a aumentar e nenhuma providência foi tomada pelo Estado.
Na última terça-feira (21), a escola foi novamente interditada pela Defesa Civil que recebeu diversos chamados de pais e professores que ficaram amedontrados com os tremores.
Para o Coordenador da Defesa Civil de Itapecerica, Maurício Rocha a avaliação dos profissionais do Estado não foi correta. “Como são trincas de grande porte, em locais de grande risco, existe esmagamento de colunas, abalroamento de grades, até que ele (engenheiro) prove o contrário, a gente prevalece o pensamento de preservar vidas. Porque ele pode ter um erro como aconteceu no prédio do Sérgio Maya e depois que morrer 40, 50 pessoas não adianta mais fazer”, criticou.
Várias paredes da escola apresentam rachaduras, as rampas de acesso ao piso superior estão balançando, o muro que cerca a escola ameaça desabar, a sala de informática, cuja situação é considerada a mais crítica estava totalmente interditada, mas foi liberada depois de análise do engenheiro do Estado.
A situação precária da escola construída há apenas seis anos, numa parceria entre a prefeitura de Itapecerica e o governo do Estado provoca indignação e revolta na comunidade escolar. Alunos da escola afirmam que as primeiras rachaduras apareceram há dois anos, após a inauguração e se intensificam cada vez mais.
“Este mês, as rachaduras estão maiores. O maior problema com as interdições é ficar sem aula, quando isso acontece não há reposição. Por este motivo meus pais pensam em me transferir de escola, afinal por não ter todas as aulas, fico com o rendimento baixo. Providências precisam ser tomadas, porque a qualquer momento a escola pode desabar”, justificou o aluno Daniel.